segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tireoide, Glândula Supra Renal e Gônadas



Tireoide


Hormônios produzidos pela glândula tireoide:

T3 e T4.

Constituída por Folículos Tireoidianos: Sacos esféricos revestidos por epitélio glandular.


O epitélio glandular secreta e sintetiza a tiroxina (T4).



- Coloide: Fica no interior do folículo, rico em proteínas (tireoglobulina).

O folículo acumula iodeto (sangue - coloide).
Iodeto sofre oxidação e vira iodo. O iodo se liga a aminoácidos como a tirosina e forma tireoglobulinas.

1 iodo = monoiodotironina (MIT)
2 iodo = di-iodotironina (DIT)


a) DIT + DIT = Tetraiodotironina (T4) - Serve para o desenvolvimento do sistema nervoso.

b) DIT + MIT
= Tri-iodotironina (T3)


Ação T3, T4:

- Estímulo de síntese de proteína;

- Maturação do sistema nervoso;

- Aumento da taxa de respiração celular;

- Aumento do metabolismo local.



* Calcitonina

Produzidas por células chamadas de parafoliculares, que ficam entre os folículos da tireoide.

-Ação: Inibe a dissolução de cristais de cálcio dos ossos e estimula a excreção de cálcio do rim.
Diminuindo a concentração sérica de cálcio.


* Paratormônio

Produzido pelas glândulas paratireoideas que se localizam atrás da tireoide.

- Ação: Estimula a atividade osteolítica, destruidora do cristal do osso. Aumentando a liberação de
cálcio.
E faz o rim reter o cálcio no corpo, aumentando a concentração sérica de cálcio.






Glândula Supra Renal


Medula da glândula supra renal produz catecolaminas como: adrenalina e noradrenalina, liberadas quando a medula é estimulada pelo sistema nervoso simpático.

Córtex da supra renal (porção externa cortical) produz corticoesteroide = corticoide.




Corticoesteroides/Corticoides



* Mineralocorticoides: Reage com minerais.

- Aldosterona: Promove a reabsorção de Na+
pelos túbulos renais, e consequentemente de H2O, excreção de K+ na urina.

Aumento da pressão arterial, volume sanguíneo.



* Glicocorticoides:
- Cortisol: estimulada a liberação pelo córtex da glândula supra renal pelo ACTH (liberado pela hipófise), que faz a produzir cortisol que é um esteroide (em caso de ingestão exagerada de esteroides pode atrofiar o córtex).


Ação do cortisol:
- Gliconeogênese (origem de glicose - a partir de proteína e de triacilglicerídeos). Esse tipo de processo em uma intensidade normal tem benefícios fisiológicos, mas em excesso acabam com as reservas proteicas corporais, particularmente no músculo, osso e conjuntivo.
- Inibe a utilização de glicose.
- Lipose (quebra da gordura).

Efeito colateral: Hiperglicemia (a glicose aumenta em concentração no sangue), aumenta a pressão arterial, o rim retém Na+ e H2O no sangue.



Síndrome de Cushing


- Aumento de ACTH consequentemente a produção de glicocorticoides (cortisol) e de mineralocorticoides (aldosterona) -hormônios produzidos pelo córtex da supra-renal-.

- Alteração no metabolismo dos carboidratos (de glicose).

- Hiperglicemia

- Hipertensão



Doença de Addison


- Secreção inadequada (baixa) de glicocorticoide (esteroides -cortisol) e mineralocorticoide (aldosterona).

- Hipoglicemia

- Diminuição da pressão arterial por um desequilíbrio de Na+ e K+.



Gônadas

São glândulas reprodutoras tanto masculinas quanto femininas (testículo - masculino, ovário - feminino).

Apresentam duas funções básicas:
- Produzem e maturam gametas (produção masculino: estimulando a espermatogênese e maturação dos femininos, ovócito).

- Produção de hormônios sexuais masculinos e femininos.


- Testículo

- Ovário


Hormônio androgênico: Hormônio masculino que dá características masculinas, principal - testosterona.

Hormônio estrogênico: Hormônio feminino.



* Testículo


- Túbulos seminíferos: Produz espermatozoides.

- Tecido intersticial, possui células de Leydig que produzem testosterona.


* Ovário

Início de ciclo - até 14 dias.
- Folículo ovariano produz estradiol.

- Célula granulosa produz estrógeno.


Ovulação: Fólico se torna muito grande e expulsa o óvulo.

Final do ciclo - últimos 14 dias.
Folículo ovariano vira corpo lúteo através da ação do LH. O corpo lúteo produz progesterona e estradiol.



Hipófise libera FSH - hormônio folículo estimulante, atua no ovário e matura o óvulo.
Nos 14 primeiros dias aumento do estrógeno e estradiol. Ocorre a ovulação pelo aumento do folículo.

LH - hormônio luteinizante, estimula a formação do corpo lúteo. Aumento da progesterona.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Lipídeos

São biomoléculas caracterizadas pela baixa solubilidade em água e alta solubilidade em solventes, são hidrofóbicas e podem ser definidas como esteres de ácidos graxos.

Principal função é fonte de energia de animais e sementes. Animais deposita no tecido adiposo como triaglicerois.
Gordura
são lipídios sólidos e óleo vegetal são lipídios líquidos.

* Funções:
- Forma componentes de membranas.
- Funções regulatórias (coenzimas). Algumas vitaminas lipossolúveis: A, E, P, K.
- Homeostase corporal: fazem parte da síntese de prostaglandinas (mediador químico que hipersensibiliza nociceptores deixando-os capazes de transformar qualquer estímulo, antes inócuos, em dor), hormônios esteroides como o colesterol e hormônios sexuais nas gônadas.
- Proteção contra traumas mecânicos.
- Isolante térmico.

* Classificados como:
Simples:
- Triaglicerois (TAG) ou Triglicerois (TG) ou Glicerideos.
- Ceras

Compostos:
- Fosfolipídeos ou Glicerofosfolipídeos
- Esfingolipídeos
- Esteroides

Ácidos Graxos

Ácidos graxos são a unidade fundamental dos lipídeos. São do que os lipídeos são formados.

São moléculas anfipáticas.

Anfipática tem tanto uma parte polar quanto apolar
.
Tem a cadeia de carbonos que é apolar e o grupo carboxílico que é polar.


Ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeias carbônicas de normalmente 10 a 24 átomos de carbono.

Os ácidos graxos são classificados como saturados ou insaturados:

* Saturados:
- Não possuem duplas ligações (CnH2nO2)
- São completamente reduzidos, saturados com hidrogênio.
- São geralmente sólidos à temperatura ambiente (cadeias lineares onde ocorrem muitas interações entre as moléculas adjacentes, tendo maior facilidade de empacotamento intermolecular)
- Possuem alto ponto de fusão.

* Insaturados:
- Possuem uma ou mais ligações duplas (CnH(2n-2x)O2) X é o número de insaturações.
- Possuem baixo ponto de fusão.
- As duplas ligações são geralmente do tipo cis. A ligação cis mantem uma dobra rígida de 30 graus em cada dupla ligação que impede que ocorra interação intensa entre moléculas adjacentes (menor empacotamento).
- Apresentam-se líquidos à temperatura ambiente.
- Não são duplas adjacentes nem conjugadas são geralmente separadas por três carbonos.
- Óleos de origem vegetal são ricos em ácidos graxos insaturados (óleo de soja, milho, algodão, etc).

Na temperatura ambiente:
Os ácidos graxos saturados possuem consistência cerosa. Possui ponto de fusão maior.
Os ácidos graxos insaturados possuem consistência líquida oleosa. Possui um ponto de fusão menor.

As propriedades físicas dos ácidos graxos dependem do comprimento e do grau de insaturações da cadeia carbônica.
Quanto maior a cadeia carbônica e menor for o número de insaturações, menos solubilidade ele terá em água.


* Nomenclatura de ácidos graxos:

O nome é dado de acordo com o nome do hidrocarboneto.
- Quando começar a contagem a partir da carboxila é numeração delta.
- Quando começar a contagem a partir do grupamento metil terminal é numeração omega e o número corresponde somente ao primeiro carbono onde apareceu a primeira dupla.

Exemplo:
O ácido linolênico pode ser escrito:
- 18:3 Delta 9,12,15
ou
- 18:3 Omega 3:

18 representa a quantidade de carbonos, 3 é a quantidade de duplas e omega é que começou a contagem da dupla a partir do grupamento metil terminal e depois de 3 carbonos encontra-se a primeira dupla.
Outros exemplos:




O ser humano é capaz de sintetizar muitos tipos de ácidos graxos (saturados e monoinsaturados)
os polinsaturados principalmente da família omega 3 - ácido linolênico e omega 6 - ácido linoleico devem ser obtidos da dieta pois não são sintetizados por nós, são encontrados em vegetais. Ajudam no crescimento e desenvolvimento.

O ácido linoleico é o precursor do ácido araquidônico, substrato para a síntese de prostaglandinas e leucotrienos.

Funções das prostaglandinas são:
- Participação no controle da pressão arterial.

- Estimula a contração do músculo liso.

- Induz a resposta inflamatória.

A aspirina tem efeitos anti-inflamatório e antifebril por inibir a síntese de prostaglandinas. A cortisona e outros esteroides também têm efeitos anti-inflamatórios por reduzirem a síntese de prostaglandinas.

Os leucotrienos são importantes por sua capacidade de estimular a contração de músculos lisos, principalmente os do pulmão. Os ataques de asma resultam dessa ação já que a síntese de leucotrienos é facilitada em reações alérgicas. Eles têm efeitos anti-inflamatórios.

Glicerídeos ou Acilgliceróis

São compostos que contém o glicerol esterificado por ácidos graxos.


Classificação:

- Monoacilgliceróis:
Um ácido graxo ligado em um glicerol.
- Diacilgliceróis:
Dois ácidos graxos ligados com o glicerol.
- Triacilgliceróis



Triacilgliceróis (TAG) ou Triacilglicerídeos ou Triglicerídeos:

São três ácidos graxos ligados em uma molécula de glicerol.

- São também chamados de "gorduras neutras"
- Os ácidos graxos que participam da estrutura de um triglicerídeo são geralmente diferentes entre si. Os mais comuns dos ácidos graxos que formam os triglicerídeos presentes nos animais são os ácidos palmíticos e esteáricos.
- TAGs tem função principal de reserva de energia. São armazenados em células do tecido adiposo.
- Não são componentes de membranas.
- São armazenados em uma forma desidratada quase pura que fornecem por grama aproximadamente o dobro de energia fornecida por carboidratos.
- Os triglicerídeos representam quase 90% da dieta humana.
- Durante a digestão são hidrolisados pelas lipases pancreáticas.


* Reação de hidrogenação (adição de hidrogênio - redução)

Margarinas vegetais são obtidas por processos de hidrogenação de óleos.

Nos processos de hidrogenação podem ocorrer duplas ligações trans, o que pode resultar empacotamento mais fácil mesmo sendo insaturados, fazendo-os mais sólidos, o que ajuda no uso como a manteiga, mas é mais prejudicial a saúde.

* Reação com o Iodo (halogenação)

Também pode ocorrer a adição de iodo em ácidos graxos.

* Reação de saponificação


A cadeia carbônica do sabão é apolar e a extremidade de sal de ácido carboxílico é polar. Quando o sabão é agitado em água forma uma solução opalescente. Soluções que contém moléculas de sabão chamadas micelas, com o interior apolar e o exterior polar.

* Reação de hidrólise enzimática no organismo


Fosfoacilgliceróis ou ou Fosfoglicerídeos ou Fosfolipídeos:

Glicerol + ácido fosfórico + ácido graxo

- Importante função na estrutura das membranas por serem anfipáticos.

Esfingolipídeos

Não contêm glicerol.

Esfingosina + Ácido fosfórico + ácido graxo

Formados por uma molécula de esfingosina (aminoálcool de cadeia longa) + uma cabeça polar alcoólica (ácido fosfórico esterificado com outro álcool aminado, chamado colina) + uma molécula de ácido graxo de cadeia longa.

Exemplo:
A esfingomielina.


São também importantes na estrutura de membranas sendo mais abundantes nas membranas do sistema nervoso.



Glicolipídeos

Pode ser derivado de uma esfingosina (mais frequente) ou de um glicerol.
Têm ácidos graxos, molécula de açúcar e não possuem ácido fosfórico.
Exemplo:
- Cerebrosídios: Encontrados em células dos nervos e do cérebro, principalmente na membrana.


- Gangliosídeos: Possuem estrutura complexa com cabeças polares muito grandes formadas por várias unidades de açúcar.


Ceras ou Graxas

São esteres de ácidos graxos de cadeias longas com alcoóis de cadeias longas também.

Nos vertebrados são secretados por glândulas na pele como proteção. O cabelo, a lã, as penas de pássaros são também cobertos por secreções cerosas. Nas plantas recobrem folhas, caules e frutas.

Esteroides

São lipídeos que não possuem ácidos graxos em sua estrutura.

Derivam do anel orgânico ciclopentanoperidofenantreno (hidrocarboneto tetracíclico).



O principal deles é o colesterol nos animais e o fitosterol nos vegetais. Além de ser importante na estrutura das membranas é precursor na biossíntese de esteroides biologicamente ativos como:
- hormônios esteroides (testosterona, estrógenos, cortisol, cortisona, etc)
- ácidos e sais biliares
- vitamina D

Lipoproteínas Plasmáticas

São compostos de proteínas com lipídeos que formam agregados hidrossolúveis.

Funções:
- Transporte de lipídeos
- Transporte reverso do colesterol

São sintetizadas no fígado e no intestino.


* Vitaminas lipossolúveis:

- Vitamina A:


Função principal é servir para uma importante reação fotoquímica da visão (coenzima - se associa a enzimas para realizar o processo catalítico).
O beta-caroteno é o precursor da vitamina A e as formas ativas da vitamina são o retinol, ácido retinoico e retinal.

São armazenadas no fígado, por isso deficiência dessa vitamina só ocorre depois de períodos prolongados de ingestão inadequada.
A deficiência por ocasionar cegueira noturna, hiperqueratose folicular, anemia e susceptibilidade aumentada de infecção e câncer. Podendo chegar a xeroftalmia, hemorragias e perdas de visão.

A ingestão excessiva também pode ser prejudicial, como tomar doses maciças de suplementos de vitamina A fazendo-a ser tóxica ao corpo.


- Vitamina D:

Função importante no processo de catabolismo de cálcio e fósforo.

A vitamina D3 chamada de colecalciferol que é formada a partir do colesterol pela ação da radiação de raios ultravioletas.

Deficiência pode levar ao raquitismo ou a osteomalácia.
O excesso pode levar a hipercalcemia resultando na calcificação e formação de cálculos renais.

- Vitamina E:

O alfa-tocoferol é a forma mais ativa da vitamina E. Ele é um importante antioxidante de ocorrência natural, reagindo e removendo substâncias perigosas como radicais livres que tem papel importante no desenvolvimento do câncer e envelhecimento.

- Vitamina K:

É encontrada como K1 (em vegetais verdes) e K2 (sintetizado por bactérias intestinais).


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Código Genético



Ácidos Nucleicos

É a estrutura que transfere informação.
Com a biossíntese dos ácidos nucleicos se propicia a ocorrência de replicação e transferência de informação.
Pois a partir dos ácidos nucleicos traduzidos, pode-se saber a sequência de aminoácidos específica para a formação de cada proteína do organismo.

São moléculas formadas por junção de nucleotídeos uns aos outros, através de ligações fosfodiéster.

Na natureza há dois tipos de ácidos nucleicos:

- DNA: ácido desoxirribonucleico.
- RNA: ácido ribonucleico.

Níveis estruturais:

Estrutura primária: É a ordem das bases na sequência polinucleotídica.
Estrutura secundária: É a conformação tridimensional do esqueleto da molécula.
Estrutura terciária: É especificamente o super-enrolamento da molécula.

Um nucleosídeo é formado por base nitrogenada mais açúcar (pentose).
Nucleotídeo é um nucleosídeo mais fósforo.


Nucleotídeos são os monômeros dos ácidos nucleicos.

Os nucleotídeos consistem em três partes:

- Base nitrogenada - Açúcar - Resíduo de ácido fosfórico.

Todos unidos por ligação covalente. A base liga-se ao açúcar por uma ligação glicosídica.

A ordem das bases nos ácidos nucleicos especificam o código genético.

Existem dois tipos de bases:
- Pirimidinas
- Purinas

Bases pirimidinas (possuem um anel simples):
1) Citosina: Encontrada no DNA e RNA
2) Timina: Encontrada no DNA
3) Uracila: Encontrada no RNA

Bases púricas (possuem anel duplo):
1) Adenina (adenosina é o nome da adenina ligada em uma pentose):
Encontrada no DNA e RNA
2) Guanina: Encontrada no DNA e RNA

DNA: AT - GC
RNA: AU - GC



Quando o açúcar que se liga a base é um beta-D-ribose o composto resultante é um ribonucleosídeo.
Quando é um beta-D-desoxirribose o composto resultante é um desoxirribonucleosídeo.


Quando o ácido fosfórico é esterificado com um grupo hidroxila da porção do açúcar de um nucleosídeo, então forma-se o nucleotídeo.
Os nucleotídeos levam o mesmo nome do nucleosídeo (açúcar ligada na base nitrogenada) do qual é derivado precedido por monofosfato com a posição do éster do fosfato.

Exemplo:
3-monofosfato de adenosina
5-monofosfato de desoxicitidina

Os nucleotídeos 5' são os mais comuns encontrados na natureza.

Quando nucleotídeos se juntam formando polímeros dão origem a ácidos nucleicos.

Estrutura de nucleotídeo:





Polinucleotídios


A ligação feita entre nucleotídeos para formar o polinucleotídios ou ácidos nucleicos é a ligação fosfodiéster.

É feita entre um "Oxigênio" do grupo fosfato, ligando ao terceiro carbono da pentose de um nucleotídeo.
E um grupo fosfato ligando no carbono 5 da pentose do nucleotídeo do qual ele já faz parte. Sendo assim as sequências representadas na orientação 5' 3'.





Representações das ligações fosfodiéster entre os nucleotídeos da mesma fita:



Duas fitas de nucleotídeos se unem formando uma estrutura helicoidal que é a molécula de DNA.
A base Adenina se liga a Timina por duas pontes de hidrogênio. E a base Guanina sempre se liga a Citosina por 3 pontes de hidrogênio.

O genoma humano é formado por 46 cromossomos. 23 pares. Cada um dos 46 cromossomos é formado por uma molécula de DNA empacotada, que é formada por dois filamentos de cadeias nucleotídicas.
A açúcar desse nucleotídeo é a desoxirribose que se liga a outros nucleotídeos formando uma fita polinucleotídica muito alongada contendo milhões de desoxinucleotídeos.

Em um único cromossomo existe milhares de genes e DNA intergênecos (DNA que fica entre os genes), juntos formam o genoma celular.

O DNA mitocondrial codifica RNA transportador nas mitocôndrias e 13 mensageiros codificantes da cadeia respiratória.



Os segmentos de DNA não traduzidos são chamados de introns. E os segmentos codificadores são éxons.

Molécula de RNA


O RNA é uma molécula intermediária da síntese de proteínas. Intermediação entre as informações armazenadas na molécula de DNA e as proteínas que serão produzidas.

Ele é formado por uma cadeia de ribonucleotídeos (nucleotídeos formados por um grupo fosfato, um açúcar ribose e uma base nitrogenada)

Os principais tipos são:

- RNA mensageiro: São aqueles que precisam ter seus códons lidos durante o processo de tradução para codificar proteínas.

- RNA transportadores: Carregam o aminoácido específico de acordo com seu anticódon.

- RNA ribossomais: Eles fazem parte da estrutura do ribossomo e catalisam a ligação entre dois aminoácidos na produção de proteínas feitas pelos ribossomos.

O DNA possui apenas 4 bases distintas. As bases só se agrupam de 3 em 3 e são possíveis 64 arranjos, esses arranjos são chamados de códons.

Dos 64, três indicam o fim de um gene, o fim da tradução. São os UAA, UGA e UAG, que são chamados de códons finalizadores ou sem sentido.

Os outros 61 códons especificam aminoácidos. Mas como há apenas 20 tipos diferentes de alfa-aminoácidos supõe-se que alguns aminoácidos devem ser especificados por mais de um tipo de códon (trinca). Por exemplo: A leucina e arginina são especificadas por seis códons.
O código genético portanto é redundante.
Embora um aminoácido possa ser especificado por mais de um códon, cada códon só pode designar um aminoácido.

E os mesmos do DNA nuclear correspondem aos mesmos aminoácidos em todos os seres vivos. Só no DNA mitocondrial que isso é diferente.




DNA é transcrito em RNAm dentro do núcleo, só então ele deixa o núcleo indo para o citoplasma onde é traduzido por ribossomos em polipeptídios.
O RNA não possui Timina em seu lugar está a Uracila. Esse processo de transcrição é feito por uma enzima chamada RNA polimerase. Nos eucariontes essa transcrição ocorre no núcleo e a tradução ocorre no citoplasma.





Carboidratos


Moléculas orgânicas formadas por C, H, O.

Também podem ser chamados de açúcares, glicídeos ou hidratos de carbono.

Fonte imediata de energia ou reserva.
São chamados de açúcares por ter um sabor de doce. Exemplo: Sacarose, glicose, frutose.

Funções:
- Fornecimento de energia.
- Depósito de energia (Glicogênio nos animais e Amido nos vegetais)
- Componente estrutural de muitos organismos (incluindo parede celular de bactérias, exoesqueleto de muitos insetos e celulose fibrosa das plantas ou de sustentação)
- Componentes da membrana celular (podem se ligar a lipídios e proteínas formando os glicolipídios e glicoproteínas)


Quimicamente são polihidroxialdeídos ou polihidroxicetonas.

Exemplo de polihidroxialdeídos: glicose. Exemplo de polihidroxicetonas: frutose.




Monossacarídeos


São açúcares simples,
não hidrolisáveis em unidades menores.

Todos os monossacarídeos simples são sólidos, brancos, cristalinos, solúveis em água e a maioria possui sabor adocicado.

Podem ser subdivididos:
Quanto ao
número de carbonos:
- Trioses, tetroses, pentoses, hexoses, etc.
Quanto ao
grupo funcional:
- Aldose, cetose.

Isômeros de função: C3H6O3
Apresentam a mesma fórmula, mas funções diferentes.
Ex:
Aldo-triose: Gliceraldeído.

Ceto-triose: Diidroxicetona.

Isomeria Óptica:





Surgimento de um novo carbono assimétrico, chamado Carbono Anomérico e também uma Hidroxila Anomérica:



Isso faz com que surja a possibilidade de novos isômeros (anomeria) que conferem aos monossacarídeos as formas anoméricas alfa e beta, dependendo da posição da Hidroxila anomérica.

Anômeros são formas isoméricas de monossacarídeos que diferem entre si apenas na configuração ao redor do átomo de carbono anomérico, se a sua hidroxila está na posição alfa ou beta.

A forma alfa acontece quando a Hidroxila Anomérica está do mesmo lado que a ciclização (forma cis)
A forma beta acontece quando a Hidroxila Anomérica está do lado oposto ao da ciclização (forma trans)



Poder de mutarrotação: Interconversão das formas alfa e beta em solução, provocando variações no desvio de luz polarizada.

Poder redutor: É a capacidade que a hidroxila anomérica tem de ceder seu elétron. A hidroxila anomérica confere poder redutor aos monossacarídeos. Todos monossacarídeos são redutores.

* Determinação de Açúcares Redutores:
Os monossacarídeos podem ser determinados ou detectados, quantitativamente, com base em sua oxidação em solução alcalina, por Cu2+, Ag ou ferricianato.
Os açúcares capazes de reduzir tais agentes oxidantes
são denominados açúcares redutores.

Formação de polímeros: É a propriedade que os monossacarídeos possuem de se condensar uns com os outros devido a hidroxila anomérica.

Modelos mais estáveis de ciclização proposto por Haworth:




Se o carbono 4 de um pirano tiver uma hidroxila para baixo, é glicose. Se tiver a hidroxila para cima é galactose.

Oligossacarídeos

Oligo do grego poucos.
Consistem de pequenas cadeias de unidade monossacarídeas unidas entre si por ligações glicosídicas. Os mais comuns são os dissacarídeos.

Dissacarídeos: São carboidratos chamados de glicosídeos, pois são formados a partir de dois monossacarídeos através de ligações especiais denominadas "ligações glicosídicas".
A ligação glicosídica ocorre entre o carbono anomérico de um monossacarídeo e qualquer outro carbono do monossacarídeo seguinte, através de suas hidroxilas e com a saída de uma molécula de água.

Os glicosídeos também podem ser formados pela ligação de um carboidrato à uma estrutura não-carboidrato, como uma proteína, etc.

Tipo de ligação:


Maltose -> Gli alfa (1,4) - Gli
Sacarose -> Glicose alfa(1,2) - Frutose
Lactose -> Galactose beta(1,4) - Glicose
Celobiose -> Gli beta(1,4) - Gli

Nem todos os dissacarídeos são redutores. Para serem redutores precisam ter uma hidroxila anomérica livre (sem ligação glicosídica). A maltose é redutora, a sacarose não.

A maioria dos oligossacarídeos com três ou mais unidades não ocorrem livres, mas como cadeias laterais de polipeptídeos, como as glicoproteínas e proteoglicanas.



Polissacarídeos

Contém mais que 12 monossacarídeos. Por hidrólise têm que liberar 12 moléculas de monossacarídeos. Ex: amido, glicogênio.

Funções:
- Armazenar energia (combustível)
- Elemento estrutural. Exemplo: Celulose.

Exemplos:
Amido - Ligações alfa-D-glicose tipo 1,4 e 1,6 (nas ramificações) - açúcar não redutor (origem vegetal).
Glicogênio - Ligações alfa-D-glicose tipo 1,4 e 1,6 (origem animal).

* Homopolissacarídeos
Polissacarídeos de reserva.
Amido tem origem vegetal de raízes tuberosas, como a batata e algumas sementes, como o milho. Mas a capacidade de sintetizá-lo está presente na maioria das células vegetais.

Formado por:
- Alfa-amilose: Cadeias longas e não ramificadas de unidades de D-glicose, alfa (1,4)

- Amilopectina:
Tem cadeias muito ramificadas, ligação alfa (1,6) nas ramificações e ligações alfa (1,4) entre os monossacarídeos.

O cozimento da batata retira apenas a alfa-amilose sobrando apenas a amilopectina.

Glicogênio é o principal polissacarídeos de reserva nas células animais. Formado por resíduos de D-glicose com ligações alfa (1,4) e ligações (1,6) nas ramificações. Abundante no fígado e presente no músculo esquelético.


O trato digestivo faz a hidrólise, transforma em amilases (alfa-1,4-amilose, alfa-1,6-glicosidase).

* Polissacarídeos Estruturais

Celulose é o mais abundante na natureza. É uma substância fibrosa, resistente e insolúvel em água. Encontrada na parede celular protetora das plantas (hastes, caules, troncos e em todas as partes lenhosas dos tecidos vegetais).
Formado por ligações glicosídicas beta-1,4-D-glicose.
Os vertebrados não hidrolisam celulose.

Quitina é insolúvel e resistente (forma carapaças, exoesqueletos de lagostas, de caranguejos e de muitos insetos).
Paredes celular de bactérias (ácido nacetilmurômico e nacetilglucosamina alternadas) - Penicilina.

* Heteropolissacarídeo

- Mucopolissacarídeos/Mucopolissacarídeos Ácidos/Proteoglicanas 95% da cadeia formada por CHO:
Propriedade viscosa e lubrificante, presente nas secreções mucosas. São encontradas na substância fundamental (ou cimento intercelular). Presentes também em cartilagens, tendões e no fluido sinovial (articulações).
Exemplo: Ácido hialurônico, heparina.

- Glicoproteínas de 1 a 30% da cadeia formada por CHO:
São proteínas e CHO ligados covalentemente.

Glicoproteínas têm de um ou mais grupos de CHO, podem também ter numerosas cadeias laterais de oligossacarídeos, lineares ou ramificadas. São a maioria das proteínas que tem localização ou função no meio extracelular ou são a ele expostas.
Constituem membranas celulares, são responsáveis pela compatibilidade sanguínea, estão presentes em anticorpos, etc.

As proteínas são formadas por aminoácidos, alguns são favoráveis à ligação com açúcar.
Exemplo: Proteínas anticongelantes, glicoforina (membrana celular eritrócito/hemácia/glóbulos vermelhos - são compostos basicamente por globulina e hemoglobina.

Sacarose: Obtida da cana ou beterraba é constituída de glicose mais frutose unidas por uma ligação glicosídica (alfa para a glicose e beta para a frutose, 1, 2) = Alfa - D - glicopiranosil (1,2) beta - D - frutofuranose.




Enzimas



São catalisadores das reações dos sistemas biológicos.

Praticamente todas as reações do corpos são mediadas por enzimas (proteínas catalisadoras) aumentam a velocidade das reações sem serem elas próprias alteradas nesse processo.

Atuam diminuindo a energia de ativação.


Sufixo ASE é usado para caracterizar enzimas.
Exemplo:
- ATP-Glicose-fosfo-Transferase: Indica uma enzima que catalisa a transferência de um grupo fosfato do ATP à glicose. Nome trivial: hexocinase.

Nome usual de enzimas: tripsina, pepsina, ptialina.


Classificação


- Oxirredutases:
São enzimas que fazem transferência de elétrons (pode ser íons de hidreto ou átomos de H)
- Transferases: Fazem reações de transferência de grupos.
- Hidrolases: Catalisam reações de hidrolise (transferência de grupos funcionais da água H+/OH-)
- Liases: Adição de grupos de ligações duplas ou formação de ligações duplas removendo grupos.
- Isomerases: Catalisam a transferência de grupos intramoleculares produzindo formas isoméricas.
- Ligases: Catalisam a formação de ligações C-C, C-S, C-O e C-N.

Sítio enzimático é a região da molécula da enzima que participa da reação com o substrato.
O sítio ativo (na enzima) pode possuir componentes que participam da reação do substrato que são componentes não proteicos, são chamados de cofatores.


Ligação da enzima ao substrato:

- Modelo chave-fechadura: Onde encaixa exatamente o substrato próprio à ela no sítio ativo.

Enzima + Substrato -> ES (complexo enzima-substrato) -> Enzima + Produto.
Liberação do produto e enzima inalterada.

Alem do modelo chave-fechadura existem um outro tipo de encaixe chamado "encaixe induzido".

- Modelo encaixe induzido:



Número de Turnover é o numero de moléculas convertidas em produto por segundo.
As enzimas são capazes de transformar de 100 a 1000 moléculas de substrato em produto por segundo. Pois reações com catalisações enzimáticas podem ocorrer de 103 a 108 vezes mais rápidas do que sem enzimas catalisadoras.

As enzimas são altamente seletivas, só interagindo e ligando substratos específicos e catalisando unicamente esse tipo de reação química.

Os cofatores: Muitas enzimas necessitam da associação com outras moléculas não-proteicas para realizar a catalisação.
Esses componentes são chamados de cofatores, podem ser íons metálicos ou moléculas orgânicas, são moléculas não-proteicas e de complexidade variada.

Coenzimas são moléculas orgânicas, normalmente vitaminas que atuam como cofatores (se associam a enzimas para realizar algum processo catalítico).
Metaloenzimas são enzimas que necessitam de íons metálicos.


A concentração de substrato é um fator que aumenta a velocidade da reação, como o pH e a temperatura.


Quanto mais for aumentado o substrato mais rápida será a velocidade da reação (formação de produtos maior e mais rápida), mas terá um momento em que por mais que aumente a quantidade de substrato não aumentará a velocidade pois todas as enzimas destinadas àquele tipo de reação já estarão sendo usadas.

O aumento da temperatura em acima de 40 graus faz com que ocorra a inativação térmica da enzima por uma desnaturação, já que é uma proteína.


O aumento da temperatura também pode ser benéfico, pois aumenta o número de moléculas com energia para atravessar barreira de energia e formar os produtos da reação.

Mudanças no pH:




Cinética Enzimática


Constante de Michaelis-Menten (Km) mede a afinidade do substrato com a enzima.
Quanto menor o Km, maior é a afinidade da enzima no substrato.



O valor correspondente a concentração de substrato no momento em que a ação enzimática atinge metade da sua velocidade máxima, então você encontrará nesse valor da concentração do substrato, também é o valor de afinidade da enzima pelo substrato.


Inibição enzimática pode ser inespecífica ou específica.

- Inibição enzimática inespecífica
: Abaixa a atividade de todas as enzimas, pode ser provocado por um agente desnaturante por exemplo, como descrito acima a ação de altas temperaturas.

- Inibição enzimática específica: Diminui a atividade de uma enzima ou de um grupo restrito. Podendo ocorrer irreversivelmente ou reversivelmente.
No modo reversível existem inibidores competitivos e os não-competitivos.

* No irreversível: O inibidor e a enzima formam um complexo estável.

É o caso da aspirina (ácido acetilsalicílico) que inibe irreversivelmente enzimas de catalisação de prostaglandinas (é um mediador químico que hipersensibiliza os nociceptores deixando-os capazes de transformar qualquer estímulo em dor).
Ácido araquidônico passa pelo processo enzimático ciclo-oxigênase transformando-se em prostaglandinas.

* No reversível:
Pode ser dividido em:

- O inibidor reversível não-competitivo é quando o substrato pode se ligar a diferentes tipos de sítios ativos.



Vmax diferente. Km igual

A velocidade da reação enzimática na presença inibidor não-competitivo nunca poderá ser a máxima, portanto diminuirá, pois terá enzimas que mesmo com o aumento do substrato ficaram inativadas, pois o inibidor se ligou a outro sítio ativo do qual o substrato não consegue interferir, mas altera a ação catalítica da enzima.

- Os inibidores reversíveis competitivos se ligam somente a um sítio específico competindo diretamente com o substrato por aquele sítio.



Vmax igual e Km diferente.

O km aumenta porque é necessário mais substrato para atingir a velocidade máxima (Vmax: quando completa todas as enzimas).
Pois com mais substratos sendo eles competitivos, terão mais facilidade conseguindo tirar cada vez mais os inibidores das enzimas, até que estejam ligados a todas, ocasionando a velocidade máxima do processo.

Esses processos podem se reverter, como no caso do inibidor competitivo que é revertido com o aumento do substrato.


*Exemplos:

A penicilina e amoxacilina, antibióticos, atuam como inibidores de uma ou mais enzimas da síntese da parede celular bacteriana.
O captopril, enalapril e lisinopril também são inibidores, inibem a enzima que catalisa a angiotensina I na formação de angiotensina II que é um potente vasoconstritor, fazendo assim que a pressão arterial diminua.


Enzimas reguladoras que se ligam a substratos por ligações não covalentes são chamadas de alostéricas.
Moléculas que se ligam a essas enzimas reguladoras (enzimas alostéricas) por ligações não covalentes em lugares diferentes do sítio ativo são chamadas de efetores.

Os efetores podem ser positivos: que aumentam a atividade dessa enzima. Ou negativos que inibem diminuindo a atividade dessa enzima.


Isoenzimas são enzimas com a mesma função, mas que diferem na composição de aminoácidos. Apresentam múltiplas formas.

Zimogênio são precursores inativos de proteínas que precisam ser clivados em certo ponto por enzimas para dar origem a uma proteína funcional. É um mecanismo de defesa do corpo já que, por exemplo, proteínas digestivas não poderiam ficar ativas no citosol, pois senão começariam a digerir outras proteínas por lá, então são produzidas na forma inativa, zimogênios.