segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Células do Sistema Imunológico

Células do Sistema
Imunológico Adaptativo


Apêndice e Placas de Peyer são tecidos linfoides associados ao intestino.

Os linfócitos se diferenciam em linfócitos B primeiramente no fígado fetal e após o nascimento na medula óssea vermelha.

A medula óssea está presente na parte esponjosa de ossos dos adultos, principalmente nos ossos chatos.
No feto está presente nos ossos longos e também no fígado.
A medula óssea nos ossos longos permanece lá até a puberdade.

Fatores de crescimento que induzem a diferenciação e maturação, podendo proporcionar a mitogenese são chamados de citocinas.



Células Apresentadoras
de Antígenos


Células apresentadoras de antígenos são células dendríticas, macrófago e células B.
Elas apresentam o epítopo de MHC II para as células T que possuem o antígeno Cd4.

Quando elas entram em contato com um imunógeno (substância capaz de ativar resposta adaptativa com ativação de linfócitos e liberação de imunoglobulinas) o fragmento original que é quebrado nos vacúolos endócitos que ficam no citoplasma dessas células é transformado em pequenos peptídios que são ligados a molécula de MHC II que é transportada à superfície das células ficando acessível à célula T, com seus TcR para reconhecer.

Quando a célula T reconhece o antígeno na molécula de MHC II ocorre uma "comunicação" entre a célula apresentadora de antígeno e a célula T através de citocinas, a interleucina-1.

As células T ativadas se diferenciam em T helper, linfócitos Th que se proliferam.
As células T virgens ou em repouso não são ativadas ou vão ao reconhecimento de antígenos no MHC II se não forem estimuladas por interleucina, interleucina-1. Precisam dos dois para ficarem ativas.

- Interleucina-1: É fabricada por macrófagos e faz com que ocorra o processo de apresentação de antígenos ativando células T Cd4 virgens ou de memória se tiverem um consequente contato com o epítopo também.
Ela
é fabricada por macrófagos, astrócitos, células da micróglia, fibroblastos, células B entre outras células quando expostos a LPS (lipopolissacarídeo) liberado por bactérias mortas ou a radiação ultravioleta ou partículas de látex.
É considerada a citocina ligada a doenças inflamatórias cronicas e sua produção é inibida por corticoesteroides. A prostaglandina inibe a produção da interleucina-1 e os leucotrienos a estimulam.


Células Th


As células que se diferenciam em Th são somente os linfócitos T ativados pelo reconhecimento do antígeno através do MHC II e do estímulo dessa célula apresentadora através de citocinas (interleucina-1) e esses linfócitos T são os que possuem Cd 4 como antígeno de superfície.

A diferenciação em células Th é muito importante para a resposta imune já que são elas que ativam as principais células efetoras: As células T com antígenos Cd8 e as células B.
As células Cd8 são citotóxicas e as células B são as produtoras de anticorpos.

Pois depois que as células T se tornam células Th liberam interleucina-2.
E inclusive passam como células Th a expressar receptores para IL-2.

- Interleucina-2: Estimula a própria mitogênese (das células Th) e ativa as células Cd8.

Algumas células dessa Th que se replicam se tornam pequenas e inativas, ficando em repouso se tornando células de memória.

As células T com antígenos Cd8 ativadas pela IL-2 também têm que ser apresentadas ao antígeno e então se proliferam, alguns desses viram células de memória.

Clique aqui para mais detalhes das celulas Th e suas divisoes como celulas Th 1 e Th 2.



Células B


A maturação de células B: Começa na medula óssea quando células pró-lifócitos B se proliferam bastante logo depois de serem produzidas, essa proliferação acontece devido ao estimulo de Interleucina-7 produzida pelo estroma da medula.

As células pró-linfócitos B se transformam em pré-B quando desenvolvem seus antígenos de superfície chamados Cd 19.

As células pré-B viram linfócitos B imaturo quando adquirem IgM na superfície e por final viram linfócitos B maduros quando adquirem na superfície também IgD.

Essa maturação e proliferação ocorre também pela ação da Interleucina-4 (BCG-F), fazendo então com que a formação das células B ocorra e elas adquiram esse fenótipo com as imunoglobulinas na superfície e seus receptores para Fc de anticorpos.

Quando suas imunoglobulinas entram em contato com um imunógeno, elas sofrem um rearranjo na ponta (parte Fab da imunoglobulina), onde ela se torna específica para aquele imunógeno.
Então dependendo da quantidade de Interleucina-2 (BCD-F) com que essa célula B entrar em contato, ela se diferenciará em plasmócito, que secretaram imunoglobulinas.

Se o contato com BCD-F for em pequena quantidade ela não se diferenciará o suficiente podendo retornar a célula de memória.

As células de memória com o estímulo adequado (entrando em contato com imunógeno e tendo estimulo de citocina) ela poderá se expandir e se diferenciar em plasmócito a final, fazendo sua ação. Até lá pode haver muitas células B de memória para um determinado antígeno inativa esperando a próxima contaminação para liberar imunoglobulinas.
Já na função de célula apresentadora de antígenos que as células B exercem, elas precisam fagocitar o antígeno para transformá-lo em peptídeo (com enzimas lisossômicas) e mandá-lo para o retículo endoplasmático rugoso onde será anexado ao MHC II, que a célula B expõe em sua superfície.
Para haver essa fagocitose seus receptores de
Fc de anticorpos tem que ser devidamente ativados.

Nesse caso de ser uma célula apresentadora de antígeno, apresentará na superfície uma molécula de MHC II com um peptídio, que caso entre em contato com uma célula T Cd4 sob a ação de interleucina-1 fará sua função de célula apresentadora de antígeno ativando a célula T e transformando-a em Th.

Essa célula Th pode virar uma célula de memória esperando o próximo estimulo desse antígeno para voltar a crescer diretamente como célula Th sem ter que haver formação de células T, sem terem que passar por apresentação, irão diretamente já produzir citocinas para ativar mais células B e T Cd8, e proliferação delas próprias, de células Th.

A ativação das células T Cd8 ocorre pela IL-2, mas a ativação das células B ocorre pois as células Th também produzem interleucina-4.

- Interleucina-4 é também chamada de fator de crescimento de células B (BCG-F), pode ser encontrada na medula óssea.
É produzida também pelas células Th (T helper do tipo 2) e não só induzem o crescimento, maturação de células B e sua proliferação, mas também a das próprias células T e de precursores como o megacariócito.


A IL-4 então promovendo o crescimento e proliferação das células B maduras, que depois disso entram em contato com o antígeno, que são reconhecidos por elas pelos seus receptores (as imunoglobulinas na superfície) diretamente sem necessidade de epítopo, e se diferenciam em plasmócito ou células de memória (células de memória são células que já tiveram contato com o antígeno e no caso das células B possuem imunoglobulinas específicas a ele).


A Interleucina-4, BCGF (fabricada por Th 2) age primeiro no linfócito B promovendo seu crescimento e proliferação e a Interleucina-2, BCDF (fabricada por Th 1, faz a ativação dos linfócitos B) age sobre elas depois de reconhecer o antígeno fazendo que ocorra a diferenciação das células B em plasmócitos.


Células T Cd8


As células T Cd8 diferente da T Cd4 que reconhece o antígeno apresentado pelas células apresentadoras de antígeno pela molécula de MHC II.
As T Cd8 se ativam entrando em contato com o epítopo apresentado em moléculas de MHC I que existe em qualquer célula nucleada.

São chamadas de células T Cd8-citotoxicas pois são células efetoras que agem através da ação de toxinas que liberam.




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"Esquema do processo, contaminação por um imunógeno e consequente ativação da resposta adaptativa:

As células T são fabricadas no timo.

Células B fabricadas na medula óssea, de célula pré-B para células B imaturas a células B maduras, mas para esse processo ocorrer precisa de IL-2 e Interleucina-4 para crescimento e proliferação, portanto não acontece agora.

Quando então um imunógeno é fagocitado por uma das células apresentadoras de antígenos (no início, teoricamente, sem a possibilidade de ser células B), ou pelas células dendríticas ou pelos macrófagos que são células da imunidade inata, esse imunógeno formará um epítopo de molécula de MHC II na superfície dessas células.

O macrófago depois de fagocitar um antígeno, ele pode não liberar citocina sendo a fagocitose desse antígeno somente atividade da imunidade inata.

Mas caso seus receptores forem ativados (por substancias como LPS, proteoglicano, partículas de látex e etc), o macrófago é estimulado a liberar citocinas como a interleucina-1, dando início a resposta adaptativa.


*** As células T que foram fabricadas no timo vão entrar em contato com o epítopo das células apresentadoras de antígenos quando chegarem a algum órgão linfático secundário pela linfa, mas somente células T com antígeno Cd4 conseguem entrar em contato com antígenos em moléculas de MHC II.

Portanto essas células T Cd4 ficarão ativas, pois ficaram "sabendo" que têm um antígeno à combater. Diferenciam-se em T helper.

As células Th possuem receptores para interleucina-2. Elas vão liberar interleucina-2 e interleucina-4.

A interleucina-2 age sobre elas fazendo com que se proliferem rapidamente (mitogênese). Age também sobre outras células T, as que possuem antígeno Cd8 na superfície, deixando-as capazes de reconhecer antígeno em moléculas de MHC I.

O MHC I forma epítopo em praticamente todas as células que foram contaminadas com o imunógeno.

A interleucina-4 agirá sobre as células T, tanto as Cd4 quanto Cd8 que saíram virgens do timo, fazendo-as se proliferar.
Mas age principalmente na medula óssea, onde estimula a proliferação de células precursoras, fazendo inclusive com que haja a maturação de células B imaturas.


Células B maduras então possuem uma característica fenotípica bem única, com várias imunoglobulinas na superfície, que podem reconhecer antígenos diretamente, sem necessidade de MHC.

Quando reconhecem o antígeno, ocorre uma série de mudanças nessas células B que as fazem se transformarem em plasmócitos, células que irão secretar essas imunoglobulinas específicas (com afinidade específica) a esse antígeno que ela entrou em contato.

As células B maduras também possuem receptores de Fc de anticorpos, então se alguma imunoglobulina já liberada por um plasmócito estiver em contato com um antígeno e o receptor de Fc da célula B se ligar a ela, ela e o antígeno poderão ser fagocitados, fazendo com que a célula B faça sua função de apresentadora de antígeno expressando um epítopo de MHC II na superfície.

Esse epítopo poderá por sua vez quando entrar em contato com outra célula T Cd4 virgem, ativá-la (claro que nesse caso de ativação de T Cd4 é sempre necessário a interleucina-1), intensificando o processo, por ter agora mais uma possibilidade de ativação, fazendo que ocorra um ataque maior.

Continuando todo o processo a partir da ativação de mais células T Cd4, voltando ao passo (***)."

Timo




Timo e Produção de
Linfócitos T



Timo é o primeiro órgão a iniciar a produção de linfócitos.



Geralmente está protegido da exposição de antígenos por uma membrana de células epiteliais que cerca os vasos sanguíneos da região cortical do timo.

A produção de linfócitos no timo se dá pela maturação das células T.
O Epitélio do timo produz um fator humoral (substância quimioatraente) que atrai células primordiais para o timo.
Então essas células chegando no timo migram do córtex para a medula, processo em que se diferenciam: adquirem novas funções e antígenos de superfície (novas moléculas, como receptores que ficam em suas superfícies, que podem reconhecer ou serem reconhecidas por outras células do sistema).

O Timo possui uma cápsula de fibras, feita de tecido conjuntivo onde possui vasos sanguíneos, com plasmócitos, granulócitos (soltam grânulos que possuem em suas membranas com fatores químicos: Macrófagos, basófilos, eosinófilos).
Células linfoides grandes ficam na região subcapsular, sendo que 3/4 dos linfócitos dentro do timo estão na região mais profunda do córtex.

Os linfócitos já maturados ficam na medula com altos níveis de MHC I e de antígenos Cd 4 e Cd 8 (receptores de células T) na superfície.




Durante a maturação ocorre geração da diversidade de receptores T. Chamados de TcR (T cell receptor) que podem provocar grande taxa de rearranjos abortivos, pois esses receptores são apresentados para células próprias e linfócitos e se reconhecerem essa célula é eliminada.
Podendo somente reconhecer antígenos no contexto do MHC, do MHC II no caso por ser uma célula T Cd4 que reconhece antígeno exclusivamente de células apresentadoras de antígenos (que possuem MHC II). E no caso de célula T Cd8 pode reconhecer antígenos em moléculas de MHC I que é comum em toda célula nucleada.

O timo é formado pela região cortical e medular, as duas partes são formadas por células epiteliais, as corticais e medulares, elas se diferenciam morfologicamente já que se diferem em sua origem embrionária.
Também é formado por células de sustentação: tecido conjuntivo incluindo células reticulares e macrófagos.




As células progenitoras viram células primordiais precursoras que se transformam em linfócitos T maduros no timo através da utilização de hormônios produzidos pelas células epiteliais tímicas.