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Tratamento Farmacológico para Crises de Ausência




Antiepiléticos para Crises de Ausência





O etossuximida e o ácido valpróico são utilizados também para o tratamento da crise de ausência, igual ao clonazepam.


O ácido valproico além de aumentar a função do GABA por proporcionar maior produção do ácido gama-amino-butírico através do aumento da atividade da ácido glutâmico descarboxilase.
E menor degradação de GABA por inibição da GABA transaminase (igual a Vigabatrina) e inibição da semialdeído succínico desidrogenase.

Ele também tem como mecanismo de ação o bloqueio dos canais de Ca++ do tipo T como o etossuximida.

Esses canais de cálcio bloqueados são os presentes em fibras do tálamo que se projetam para o córtex.

O Clonazepam, um benzodiazepínico que portanto irá aumentar a frequência de abertura de canais de Cl- (potencializa a abertura por GABAA), também é utilizado para essa doença, pois age sobre o GABAA dos neurônios talâmicos.




 Figura retirada de: Golan, DE. Principios da Farmacologia, 2° ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2009.



As crises de ausência são causadas por um ciclo autossutentador de atividade, gerado entre as células (neurônios) talâmicas e corticais.

Os agentes antiepiléticos utilizados para tratar essa doença agem sobre dois alvos moleculares que ajudam a impedir esse ciclo tâlamo-cortical sincrônico.




Adição Nucleofílica

É uma reação característica de grupos aldeídos e cetonas, pois a ligação entre o grupo carbonila (C=O) e os outros dois ligantes do carbono, formam uma estrutura planar de orbitais sp2 com mais uma ligação pi com o oxigênio.

Assim como também ocorre entre os ligantes do carbono da carboxila (COOH), que também forma uma estrutura planar.



Acetona e o Formaldeído são as formas mais simples de cetonas e aldeídos respectivamente e seus grupos carbonilas formam partes planas nas moléculas, onde o oxigênio sendo bem mais eletronegativo que o carbono, puxa os elétrons para ele polarizando a molécula.

Essa ligação do grupo carbonila portanto tem um momento de dipolo alto cerca de 2,3 a 2,8 D, o que mostra como os elétrons, principalmente da ligação pi que são mais móveis, são compartilhados de maneira bem diferente entre esses dois átomos (C=O).

Então essa molécula estando polarizada bem nessa parte planar, o carbono estando mais positivo, a torna um ótimo local de atração e ligação para outras moléculas negativas (nucleófilos).
Sendo esse carbono positivo nessa estrutura planar um local de fácil acesso, então grupos carbonilas são muito reativos em reações desse tipo, onde o grupo carbonila age como ácido de Lewis e o nucleófilo age como base de Lewis.




* Ácido de Lewis:
Molécula que aceita receber elétrons.


* Base de Lewis:
Molécula que pode doar elétrons.



Acima tem uma estrutura do ácido acético (ácido etanóico) em sua forma sem o hidrogênio onde passa a haver uma ressonância entre a dupla com os oxigênios, dividindo a carga negativa entre os dois átomos de O, estabilizando mais a molécula.

No entanto estruturas com o grupo carboxila não são tão reativos quanto o grupo carbonila mesmo sendo estruturas planares com ligações entre o carbono e oxigênio que deixam a molécula polarizada.
Mas a menor reatividade desse grupo para esse tipo de ligação diz respeito exatamente à polarização do carbono e não à estrutura que é planar igualmente a carbonila.

O carbono tem seus elétrons atraídos por um oxigênio, porém por ficar mais positivo, a densidade negativa do outro oxigênio ligante desse carbono é mais alta que a dele, então os elétrons desse outro oxigênio passam a ser atraídos pelo carbono.
Anulando sua carga positiva quase totalmente e causando o efeito de ressonância entre os elétrons da ligação pi desses oxigênios com o carbono (em casos de sais de ácidos carboxílicos, como o sal do ácido acético na figura acima, a carga positiva do carbono é totalmente anulada).


- Então a ordem de reatividade para adições nucleofílicas é:

Aldeídos (onde um dos ligantes do carbono positivo é somente um hidrogênio, então pouquíssimo da carga positiva adiquirida pelo carbono consegue ser anulada) > Cetona > Anidridos > Ácidos Carboxílicos > Ésteres (o oxigênio ligado ainda em um grupo alquila tem maior densidade de elétrons para anular a carga positiva -parte reativa- do carbono) > Amidas (o nitrogênio por ser menos eletronegativo que o oxigênio tem seus elétrons mais soltos para anular a carga positiva do carbono) > Sais de Ácidos Carboxílicos.

* Fila de eletronegatividade: FONClBrISCPH

Anidrido:




Os aldeídos ainda são mais reativos que as cetonas inclusive pelo menor impedimento estéreo na hora que um nucleófilo ataca o carbono positivo.
Forma-se um estado de transição com geometria tetraédrica (estrutura que o resultante também irá ficar), então quanto maior os grupos ligados ao carbono, maior é a oposição desses ligantes à aglomeração formada no estado de transição forçando a entrada de um novo ligante nesse carbono.


- Por isso a ordem de reatividade entre aldeídos seria entre esses três por exemplo:


Propanal > 2 - metil - propanal > 2, 2 - dimetil - propanal



- Considerando-se também o efeito indutivo que os aldeídos e cetonas podem sofrer teremos a ordem de reatividade por exemplo:


2 - nitro - etanal > 2 - hidroxi - etanal > etanal (ou acetoaldeído)


Quanto mais forte for o poder do radical em atrair elétrons do carbono do grupo carbonila, maior será a reatividade dessa molécula em sofrer a adição nucleofílica.




Tendo esses grupos fornecido um centro (carbono positivo) onde pode ocorrer a adição nucleofílica, ela ocorre pela capacidade do oxigênio suportar carregar a carga negativa que adquire ao perder sua dupla com o carbono e ficar com todos os elétrons da ligação pi.


Com aldeídos pode ocorrer por reação com álcoois em meios ácidos para formar acetais.

* Acetal:

É toda molécula que apresenta átomo de carbono ligado a dois átomos de oxigênio e esses átomos de oxigênio estão ligados também a outros carbonos podendo ser grupos alquilas ou grupos arila (aneis aromáticos).

Tem estrutura de éteres e portanto como eles possuem estabilidade em meio básico, mas são quebrados em meio ácido.

O que os distigue dos éteres é a extrema facilidade que têm de serem cindidos nos devidos álcoois e aldeído que os originaram quando estão em presença de ácidos minerais, mesmo a temperaturas ordinárias.

Em meio ácido ocorre então o mecanismo de hidrólise que é exatamente o inverso do seu mecanismo de formação, por isso que deve-se na reação de formação de acetais utilizar ácido anidro e a água a medida que for sendo formada deve ser removida.
O que normalmente é feito pela utilização de um azeótropo (uma mistura de duas ou mais substâncias que possui o ponto de ebulição fixo para a mistura, agindo como se fosse uma substância e não uma mistura).


Formação de Acetais

Quando um aldeído reage com um álcool (o que pode ocorrer quando colocados em meio ácido) o produto final formado é um acetal (éter). Passando por uma etapa anterior de formação do hemiacetal que é um álcool (age como um álcool por mais que tenha uma parte que é um grupo funcional éter).


Nornalmente é utilizado uma pequena quantidade de ácido anidro, comumente o HCl.

Então a reação ocorre pela adição da molécula nucleofílica do álcool ao grupo carbonila dos aldeídos.
Formando os hemiacetais que são simultaneamente éteres e álcoois (hemiacetais são muito instáveis e por isso dificilmente são isolados).




Porém a reação do hemiacetal à acetal, não é mais uma adição.  
É uma reação de formação de éteres por substituição de primeira ordem.

Ocorre uma protonação do (-OH) grupo hidroxila do hemiacetal (pois essa molécula age como álcool), liberando H2O e podendo assim reagir com o álcool reagente novamente, que está presente na mistura.

- Assim o passo 1 é a formação do íon no hemiacetal, resultando em um carbocátion:

  

- O passo 2 é a combinação dessa molécula protonada formada a partir do hemiacetal com a parte nucleofílica do álcool formando um acetal protonado:


Com a rápida subsequente perda desse próton para o meio.




Saponificação


Um outro exemplo de reação de adição nucleófila é a que ocorre na reação de saponificação.
Porém dessa vez quem sofre a adição é um éster quando é misturado em uma base inorgânica forte (hidróxidos ligados em metais da família 1A ou 2A).



Anemias Carenciais


Anemia Ferropriva


Passa por 3 estágios até se instalar, pois existe reserva de ferro no fígado.

- 1°: Ferritina diminui (reserva de ferro no fígado).

- 2°: Diminuição da saturação da transferina (proteína que faz o transporte de ferro do baço até a medula óssea).

- 3°: Diminuição da concentração de ferro sérico.


Causas da Anemia Ferropriva


* Dieta pobre em ferro.


* Deficiência na absorção de ferro:

- Como em doenças inflamatórias intestinais ou tumores.

* Parasitoses como Ancilostomose onde o parasita suga o sangue.

* Coletas de sangue frequentes.

* Hipermenorreia (aumento do fluxo menstrual).



  • Sintomas e Sinais

- Taquicardia, Fraqueza, palidez ocular e cutânea, tontura, glossite, vontade de comer terra.



Diagnóstico diferencial entre ferropriva e sideroblástica: São difíceis de diferenciar com o hemograma, pois as duas são microcíticas, hipocrômicas e anisocíticas.

Porém pode-se fazer a dosagem de:


* Ferritina:

- Sideroblástica: Está aumentada.

- Ferropriva: Diminuida.


* Saturação da Transferina:

- Sideroblástica: Aumentada.

- Ferropriva: Diminuida.


* Capacidade total de ligação ao ferro (CTLF):

- Sideroblástica: Diminuida.

- Ferropriva: Aumentada.


* Ferro sérico:

- Sideroblástica: Aumentado.

- Ferropriva: Diminuido.



Causas da Anemia Sideroblástica


Mais comumente está relacionada a diminuição da ingestão de B6 (piridoxina), o que deixa o ferro não aproveitável.

As hemácias apresentam um anel metálico pelo acúmulo de ferro.



Tratamento de Ferropriva


Adiministração de sulfato ferroso (FeSO4) de 200 a 300 mg, 3 vezes ao dia por 3 semanas.

Vitamina C ajuda na absorção de ferro.


O aumento da quantidade de reticulócitos no sangue é um jeito de se verificar se está havendo eficácia do tratamento.



Anemias Carenciais Macrocíticas


- Anemia por deficiência de B 12



- Anemia por deficiência de ácido fólico



- Anemia por deficiência de fator intrínseco

Gastrotectonizado.



Anemia Carencial Normocítica


* Anemia por insuficencia renal crônica:

Causa da anemia é multifatorial:

- Baixa produção de eritropoetina.

- Alta concentração de ureia no sangue que causa hemólise.

- Choques mecânicos causados pela fistula colocada para retirar o sangue durante o processo de hemodiálise.

Há então presença de esquizócitos (hemácias deformadas)

Anemias

Os tipos de anemias estão divididos entre anemias carenciais que ocorrem por falta de substrato e anemias hemolíticas que ocorrem por perda ou destruição das hemácias.





Anemias Hemolíticas


Para se identificar uma anemia hemolítica pelo hemograma pode-se olhar a quantidade de reticulócitos, pois como há perda de glóbulos vermelhos, essas anemias caracterizam um estado de hiperproliferação.
Então está havendo uma grande atividade eritropoiética, liberando muito reticulócitos na corrente, sendo que se o valor de reticulócitos no sangue estiver acima de 3% caracteriza-se esse quadro.

Esse número de reticulócitos também é importante para diferenciar aneminas hemolíticas de anemias carenciais, pois essas possuem o número de reticulócitos menor do que 3% no sangue (baixa produção de hemácias, ou seja, baixa atividade eritropoiética).


* Causas:

As anemias hemolíticas podem ter causas intraeritrocitárias (defeitos nas hemácias que as levem à destruição) ou extraeritrocitária (problemas onde a hemácia vive que causam a sua perda).


  •  Intraeritrocitárias:

- Hemoglobinopatias: São defeitos na hemoglobina ou em sua função normal como ocorre na talassemia e na anemia falciforme.

- Eliptocitose hereditária.

- Esferocitose hereditária: Essas duas últimas são eritrócitos com formatos diferentes por serem retirados precocimente da medula (não tendo a função de uma hemácia normal).



  •  Extraeritrocitárias:

- Anemia causada por alguma reação autoimune, como anticorpos que reconhecem as hemácias.
Como ocorre nos casos de Eristroblastose fetal (mãe produz anticorpos contra o fator RH do feto) e lupus endematoso sistêmico.


- Infecções parasitárias: Como a malária que causa a destruição das células sanguíneas.

- Anemia por microangiopatia: Problemas e choques na microcirculação como também pode causar anemia o mau fechamento das válvulas cardíacas que faz as hemácias se chocarem nelas.


- Anemia por drogas como metildopa utilizada para abaixar a pressão, quando utilizada por gravidas aumenta o risco de anemia.



Anemias Carenciais


As anemias carenciais podem ainda ser divididas entre elas de acordo com o valor do VCM (volume corpuscular médio), se ele estiver aumentado são anemias macrocíticas, se ele estiver diminuido são anemias microcíticas.
Mas ele ainda pode estar dentro do valor de referencia caracterizando uma anemia normocítica.


  • Anemias Macrocíticas:
- Anemia por deficiência de B12 (cianocobalamina ou só cobalamina).


- Anemia de ácido fólico.


- Anemia Perniciosa: ocorre por deficiência do fator intrínseco que fica nas células parietais gástricas, não conseguindo absorver B12.


  • Anemias Normocíticas:

- Anemia por insuficiência renal crônica: ocorre pela falta ou baixa produção de eritropoetina.


- Anemia por leucemia (neoplasia que ocorre na medula imposibilitando a produção normal dos elementos sanguíneos).


- Anemia hemorrágica (não é só uma anemia carencial por falta de substrato, mas também é uma anemia hemolítica extraeritrocitária já que há o aumento da produção e portanto os reticulócitos estão acima de 3% no sangue).



  • Anemias Microcíticas:

* Possuem o RDW aumentado, portanto as hemácias estão com anisocitose.
 

- Anemia Ferropriva: falta de ferro para a produção dos eritrócitos.
Nesse caso além dos eritrócitos serem microcíticos e anisocíticos, eles também são hipocrômicos.


- Anemia Sideroblástica: Excesso de ferro na medula óssea e a não produção adequada de grupo heme mesmo com a presença de ferro.

Pode ocorrer pela falta de vitamina B6 (piridoxina).


* Possuem o RDW abaixo do valor de referência, são microcíticas porém não há anisocitose.

- Traço talassêmico.

Hemograma Automatizado e Manual


* Hemograma Manual:

- Hemocitômetro: Método manual para a contagem total de elementos sanguíneos.



* Hemograma Automatizado:


- Espectofitometria: Reage com o ferrocianeto de potássio, técnica colorimétrica para quantificar hemoblogina.


- Desvio da luz polarizada: Quantifica os elementos sanguíneos, distinguindo-os pela complexidade celular devido ao grau de divergencia que a célula causa quando o laser incide em seu citoplasma.


- Impedância: Demonstra o volume celular por meio do impedimento da passagem de eletricidade entre dois compartimentos isotonicamente banhados.
Só não consegue diferenciar basófilos, mas diferencia de acordo com o volume e complexidade os eosinófilos, neutrófilos, linfócitos e monócitos.

Eritrócitos e Hemoglobina


Hemoglobina


Tem a função de transportar oxigênio e gás carbônico pelo sangue para todas as partes do organismo.

A hemoglobina é composta de 4 aneis tetrapirrólico (também chamados de porfirinas), pois cada cadeia proteica na hemoglobina tem um anel.
Esse anel possui um átomo de ferro no meio que se liga ao oxigênio.


Existem vários tipos de hemoglobinas:

- HbA1 é presente em cerca de 97% das hemácias e possui duas cadeias proteicas globulares alfa e 2 beta.
Essas cadeias de proteicas globulares quando se ligam a outras proteínas globulares formam uma estrutura quartenária, no caso é a estrutura da hemoglobina.

- HbA2 está presente em 2% das hemácias e possui 2 cadeias alfa e 2 delta.

- HbF presente em 1% das hemácias e possui 2 cadeias alfa e 2 gama.


A anemia do mediterraneo, chamada de talassemia, é a diminuição ou ausência de 1 ou mais cadeias globínicas.




Membrana Eritrocitária


Hemácias possuem pela falta de núcleo uma morfologia que não é esférica, que é chamada de morfologia discoide bicôncova (afundada no meio, dos dois lados).




A membrana dos eritrócitos é formada por proteínas integrais ou também chamadas de proteínas transmembranares, como:

- Glicoforina: É uma proteína que tem capacidade de se ligar a carboidratos e formar uma glicoproteína.
Expressa antígeno no grupo ABC e RH, se a pessoa for Rh + terá a presença de um antígeno D ligado a glicoforina.

Além disso a glicoforina também concede eletronegatividade a hemácia causando repulsão entre elas.


- Banda 3 (ou B3): Responsável por fazer o transporte de H2O e íons, pois se liga a eles.


* Proteínas periféricas:
Além das proteínas integrais, existe também as proteínas periféricas que são a actina, espectrina e anquirina.

Que são as proteínas que dão estrutura às hemácias (são proteínas estruturais).

Para saber mais: Clique Aqui.



Metabolismo Eritrocitário


A hemólise ocorre somente cerca de 2% na circulação, a grande maioria ocorre no baço, quando a hemácia está próxima a completar os seus 120 dias (está já em seu período de senescência -velhice).

É importante que ocorra no baço para que possa haver ação dos macrófagos sobre as hemoglobinas, transformando-as em globinas e degradando-as em aminoácidos que poderão ser reaproveitados por outras células.

O grupo heme tem o anel porfirínico aberto liberando o ferro que se liga a uma proteína transportadora chamada de transferina, que o levará de volta para a medula ossea ser reaproveitado na formação novas hemácias.
O ferro era a parte inorgânica da hemoglobina.

O anel porfirínico aberto é chamado de biliverdina que é reduzida a bilirrubina não conjugada que cai na corrente sanguínea e ligada a albumina é transportada até o fígado.

No fígado essa bilirrubina indireta sofre degradação com o auxilio da enzima UDP-glicuronil transferase, transformando-a em bilirrubina direta (ou também conhecida como bilirrubina conjugada).


Então quando ocorre a hemólise no vaso, a hemoglobina solta no sangue deve ser transportada até o fígado onde passará por esse processo de degradação, resultando como metabólito a bilirrubina conjugada.

Essa bilirrubina é eliminada principalmente pela bile, pois do fígado é transportada para lá, sendo um dos componentes biliares.
Junto com a bile durante a digestão é transportada para o duodeno pelo ducto colédoco, sendo que no intestino é transformada, por degradação das bactérias, em estercobilina + urobilina.

A urobilina volta ao sangue pela circulação hepática, sendo levada ao fígado que a transforma em urobilinogênio, sendo finalmente então excretada pelo rim na urina.

Hemograma


Termos Utilizados em Hemogramas


- Eritrograma: Mede a quantidade de glóbulos vermelhos, o seu aumento é chamado de eritrocitose e a diminuição de eritropenia.


- Hb: Mede a quantidade de hemoglobina nas hemácias, podendo caso haja uma diminuição a pessoa possuirá hemácias hipocrômicas ou se houver um aumento hipercrômica.

- Ht: O hematócrito é a relação de glóbulos vermelhos no sangue em relação ao sangue total.

Tubo de tampa roxa, portanto possui EDTA, que é um anticoaglulante resultando em uma divisão por plasma em cima e elementos sanguíneos em baixo.
O poder anticoagulante do EDTA provem de sua capacidade de complexar íons de Cálcio, impedindo a cascata da coagulação de ocorrer.



- VCM: Volume corpuscular médio, quando está aumentado as hemácias são macrocíticas, quando está diminuído elas são microcíticas.

- CHCM: Junto com o VCM são chamados de índices hematimétricos, mede a concentração de hemoglobina corpuscular média.
Indica estados de hipocromia ou hipercromia.


- RDW: (Red Cell Distribution Width - analisa a variação de tamanho dos glóbulos vermelhos) Quando está aumentado indica estados de anisocitose, que é formatos irregulares das hemácias.
Podendo elas adquirirem formado de foice: Poiquilocitose, entre outros.


* Pancitopenia é um estado que indica diminuição dos níveis de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas (todos os elementos do sangue).

Hematopoiese

* Hematopoiese Intrauterino:

- Fase pré-hepática:
A hematopoiese no período intrauterino (IU) possui a fase pré-hepática onde os megaloblastos estão em migração para o fígado (isso ocorre durante o segundo mês de vida), gerando lá os glóbulos vermelhos e megacariócitos para a formação de plaquetas.


- Fase hepato-esplênica: 
Ao final do terceiro mês o fígado fetal dá início a hematopoiese gerando também glóbulos brancos.


- Fase mieloide:
No sétimo mês de vida a medula óssea assume a hematopoiese com fixação das células pluripotentes no estroma medular.

Depois do nascimentos inicia a destruição das células sanguíneas do fígado e do baço pelo sistema monocitário.


* Hematopoiese Extrauterina:

- Fase criança: 
A medula óssea está ativa em todos os ossos, tanto nos longos quanto nos chatos e observa-se ainda uma alta atividade e produção de linhagem linfoide (adquirindo memôria e anticorpos) do que mieloide, que em comparação tem atividade mais baixa nessa fase.


- Fase adulta:
Após 4 anos há um decréscimo da amplitude óssea, ficando somente alguns ossos responsáveis pela hematopoiese como pélvis, costela e esterno.


- Fase senil: 
Após 50 anos o tecido medular hematopoiético passa a ser substituido por tecido fibroso, havendo diminuição da hematopoiese.

Sangue

O sangue é um tipo de tecido conjuntivo líquido formado por uma porção celular que consegue circular o organismo por estar em suspensão em um meio líquido chamado de plasma.

As células do sangue são incapazes de se dividirem e possuem funções específicas.

- Composto basicamente por 66% de plasma e 34% de elementos figurados
(não é dito células, pois as plaquetas são pedaços de seu precursor, o megacarioto, e não sendo células).


O processo de formação dos elementos do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) é chamado de Hematopoiese.
Ele ocorre dentro da medula óssea de ossos achatados, sendo uma única célula precursora responsável pela formação de todos os tipos de células sanguíneas.
Chamada de célula-tronco ou de célula hematopoiética pluripotente.


Essa célula tronco hematopoetica é de capacidade pluripotente, mas ela veio de uma célula inicial que é a chamada de célula tronco embrionária de capacidade totipotente (que a capacidade de dar origem a todos os tipos de célula do organismo, podendo inclusive a partir dela originar um novo ser).



Até duas semanas após o nascimento os principais locais de produção de elementos sanguíneos são o fígado e o baço.

Depois disso a medula óssea passa a ser a única fonte de elementos do sangue, porém  durante a infância há substituição progressiva da medula por gordura nos ossos longos, sendo que em ossos como o fêmur e úmero os únicos locais de produção pasam a ser as extremidades.


* Eritropoiese: 
O processo é iniciado quando quimioreceptores nos rins detectam hipóxia e produzem eritropoetina, como um hormônio cai na corrente sanguínea e vaia té a medula óssea onde estimulará a eritropoiese.


Ela começará com precursores imaturos de eritrócitos, os chamados proeritroblastos, que se convertem em eritroblastos que são células ainda nucleadas e é nessas células que há formação dos componentes mais importantes das hemácias.
Forma-se nos eritroblastos a hemoglobina, pela presença de núcleo permitir a produção de proteínas.

Ao fim desse processo de divisão e diferenciação celular na medula óssea, se dá origem a hemácias jovens, chamadas de reticulócitos, já são anucleados, porém possuem RNA remanescente que foram traduzidos para produzir o processo de expulsão do núcleo.


Eles são mandados para a corrente sanguínea onde amadurecerão em cerca de 24 horas se tornando hemácias.

Quando corado o sangue com Azul de Cresil Brilhante pode-se ver o RNA dentro desses eritrócitos os diferenciando das hemácias.

No sangue normalmente são encontrados no máximo 3% de reticulócitos, sendo os 97% restantes hemácias (eritrócitos maduros).

Excesso de células jovens na medula e a não capacidade de maturação delas que acaba havendo sua liberação na corrente sanguínea é um dos quadros da leucemia.

O processo de produção de hemácias pode ser acelerado em casos de hemorragia por exemplo, podendo aumentar até 10 vezes a produção de glóbulos vermelhos.

A eritropoiese é regulada basicamente pelo hormônio liberado pelo rim chamado de eritropoietina.


Para que essa produção ocorra normalmente além de estímulo hormonal é necessário a presença de quantidades adequadas de ferro, ácido fólico e vitaminas B12 (cobalamina).


A vida média de um eritrócito é de 120 dias, contando o tempo de produção, de vida como hemácia no sangue e de período de senescência até a apoptose.


15 dias passa como eritrócitos imaturos até a formação de hemácia e poder ser liberado no sangue.
90 dias como hemácia na circulação sanguínea.
Depois desse tempo entra em senescência e quando passa pelo baço é degradada.

15 dias até a apoptose.


O processo que as hemácias fazem de captar oxigênio na pequena circulação (circulação pulmonar) e levá-lo pelo corpo trocando-o por CO2 em locais pobres de oxigênio é chamado de hematose (troca de gase oxigênio e gás carbônico que as hemácias propiciam pelo corpo).

* Plaquetas:
Formado na medula óssea é um fragmento célular citoplasmático anucleado.
Esses fragmentos provêm de uma grande célula na medula chamada de megacariócito da linhagem mielóide, de onde também provém os granulócitos, os monócitos e as hemácias.
(A linhagem linfoide da origem a linfócitos T e B e células NK). 


A produção de megacariócito é estimulada na medula pela presença da trombopoetina.

São ativados pela presença de colágeno que as fazem aderir ao subendotélio lesado ligando-se umas as outras formando trombos (coágulo) e parando a saída de sangue dos vasos.



Depois de produzidas e liberadas pela medula, circulam na corrente sanguínea cerca de 5 a 8 dias, depois o baço as elimina.

As fibrinas são produzidos por estimulo de substâncias liberadas pelas plaquetas, essas fibrinas também se juntam ao agregado de plaquetas na formação do coágulo, deixando-o impermeável.



* Plasma:
O plasma que é onde as células sanguíneas ficam suspensas para se movimentarem pelos vasos sanguíneos é formado 90% de água e 10% são outras substâncias dissolvidas nele que podem ser nutrientes como glicose, aminoácidos, ácidos graxos e lipídios; existe também íons, gases na forma de ácido carbônico, anticorpos, hormônios e excretas (produtos da degradação de proteínas como ureia, ácido úrico e amônia).


* Glóbulos Brancos:
Os glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, são as células de defesa do organismo que são transportadas pelo sangue até os locais onde serão necessárias para agir (iniciar um processo inflamatório).

São divididos basicamente em:

- Granulócitos;
- Monócitos;
- Linfócitos.



Granulócitos


Os granulócitos do sangue são os basófilos, eosinófilos e os neutrófilos.
Os mastócitos também são granulócitos e são muito parecidos com os basófilos porém ficam nos tecidos.

Todos eles possuem muitos grânulos no citoplasma carregando citocinas (agentes inflamatórios), são atraídos para os tecidos em caso de início de um processo inflamatório (lesão ou morte de células).

Possuem núcleo polimorfonucleado como multilobulado ou em forma de feijão.


Duram no sangue cerca de 8 a 10 horas.


* Neutrófilos:
Sua fabricação é estimulada pela Interleucina-8.

É o granulócito que existe em maior quantidade no sangue, cerca de 90 a 95%.



São cerca de 65% do total de leucócitos do sangue, contando agranulócitos como monócitos e linfócitos.



São as primeiras células que chegam ao local da inflamação (primeira linha de defesa do sangue), através de um processo de passagem pelas células do endotélio até o tecido, liberam citocinas que provocam quimiotaxia e fazem a fagocitose de antígenos e células mortas.



Percebe-se nessa figura os macrófagos no tecido liberando citocinas que aumentam a permeabilidade dos vasos fazendo-os expressarem receptores que facilitarão a diapedese, assim como liberação de citocinas quimiotáticas, amplificando todo o processo.

Logo depois que neutrófilos fagocitam, por não terem complexo de golgi para gerar mais lisossomos e digerir outros antígenos, eles morrem gerando pus. 





* Eosinófilos:
A histamina estimula a eosinofilia (aumento do número de eosinófilos).

São responsáveis pelo ataque à agentes parasitários e estão envolvidos em respostas alérgicas.




Pois possuem receptores para Fc de IgE, que quando estão ligados à helmintos e os eosinófilos se ligam ao Fc desses IgE, passam a liberar toxinas para a degradação desse parasita, já que não seria possível realizar a fagocitose devido ao tamanho.

Essas toxinas liberadas pelos eosinófilos estimulam a degranulação de mastócitos, que liberam como principal citocina, a histamina, que é uma grande causadora e amplificadora de processos alérgicos.





* Basófilos:
Tem papel importante na amplificação de processos inflamatórios e reações alérgicas.
Liberando como os mastócitos, histamina que tem como principal função causar vasodilatação atuando sobre os receptores H1 periféricos.

Também liberam a heparina que tem como principal função ser anticoagulante.




Normalmente a ativação e degranulação dos basófilos está envolvida em casos de choque anafilático, já que a liberação das citocinas por eles, diferente dos mastócitos, ocorre diretamente na corrente sanguínea, pois é onde eles estão presentes.



O citoplasma dos basófilos é levemente azul, possuem núcleo irregular, sendo às vezes visualizado na forma de trevo.




Agranulócitos


* Monócitos:
São as células que quando passam para os tecidos durante um processo inflamatório recebem o nome de macrófagos.
Porém enquanto estiverem no sangue são chamados de monócitos.

Dependendo do tecido onde o monócito for encontrado, ele receberá um nome diferente.

São importantes células de defesa, fagocitando antígenos através da emissão de pseudópodes.
Também são uma das principais células apresentadoras de antígenos, junto com as células dendriticas entram pela linfa até um Órgão Linfóide Secundário onde irão expressar uma molécula de MHC II com um peptídeo (parte do antígeno) para ativar células T e B (imunidade adquirida).




Duram no sangue cerca de 16 a 18 horas.



* Linfócitos:
São divididos em linfócitos T e B. A produção de linfócitos pela medula é estimulada pela Interleucina-6.

Responsáveis pela defesa imunológica adquirida, precisam ser ativados e assim proporcionarão tanto defesa contra agentes intracelulares quanto extracelulares, sendo específicos para determinado antígeno e mantendo memória imunológica para um maior e mais rápido ataque em um próxima contaminação com o mesmo antígeno.




Por possuirem a capacidade de gerar memória podem durar até anos.


* Células NK:


Também chamadas de Natural Killer, ou células assassinas naturais, são formadas na linhagem linfoide junto com os linfócitos.

Elas reconhecem células que podem estar infectadas por microrganismos, principalmente vírus ou células cancerígenas e as elimina.

São ativas pelo interferom-alfa e fazem parte da imunidade inata, não sendo específicas para determinado antígeno, podendo uma única NK eliminar tipos diferentes de antígenos, portanto não mantem memória (é o que a diferencia dos linfócitos T CD8).

No sangue elas são muito parecidas com os linfócitos.



Colorações para Esfregaços


Formas de Coloração para Exame de Fezes


Para a coloração de esfregaços podem ser utilizadas diversas substâncias.


  • Colorações Temporárias:

* Lugol:
Coloca-se de 1 a 2 gotas sobre o esfregaço.
É uma das colorações mais utilizadas, principalmente para fazer o exame direto. 

Visualiza-se ovos e cistos.

Deixa  as morfologias da cor castanho amarelada.


* Kinyoun:

Boa para visualizar ovos, cistos e oocistos.


* Solução Tamponada de Azul de Metileno de Nair:


Colore trofozoítos, de todos os tipos, como de Giardia lamblia e Entamoeba histolytica (Entamoeba coli, etc).

A coloração deve-se ao pH ácido da solução que a permite penetrar e colorir o núcleo dos trofozoítos.



  • Colorações Permanentes:

* Hematoxilina Férrica:


Esse tipo de coloração é utilizada para colorir trozoítos, como na tentativa de identificação de Giardia (Giardia lamblia), pois deixa seus trofozoítos bem visíveis.

O citoplasma fica azul escuro e os núcelos roxo intenso.



* Coloração de Tricrômio:


Também é uma coloração permanente, utilizada para corar trofozoítos.

Deixa seus citoplasmas verde e o núcleo rosa escuro ou púrpura.




Formas de Coloração para Esfregaços Sanguíneos


* Coloração de Giemsa:


Cora todos os componentes do sangue inclusive os parasitas, se tiver.
Então cora todos os parasitas sanguíneos (Toxoplasma gondii, Trypanossoma cruzi, Plasmodium sp., Leishmania donovani, Leishmania braziliensis, Wuchereria bancrofti - microfilárias).

Não cora somente parasitas fora das células, mas cora também parasita dentro das células sanguíneas, como o leishmania


- O exame direto
é bom para ter visualização de trofozoíto (quando se utilizou conservante (PAF ou Líquido de Schaudinn) e colorante (Solução Tamponada de Azul de Meileno, Hematoxilina Férrica) adequado.

Coleta de Fezes


Coleta de Fezes




Na coleta de fezes deve-se colocar uma pequena parte das fezes no pote, sem que a quantidade de fezes ultrapasse o líquido conservante do pote.
Por isso a quantidade é bem pequena.

Pois se ultrapassar o local do conservante não estará conservando nada e essa parte não poderá ser analisada.
Inclusive dificultando o procedimento do exame, que terá que ser coletado somente a parte do fundo do pote que estava em contato com o líquido.

As fezes não podem estar contaminadas com urina, tinta de jornal e nenhum outro tipo de contaminante externo.




Tipos de Exames e Conservantes



Para visualização de ovos e cistos a melhor forma é o exame de fezes com coleta de 3 amostras, são de 3 dias diferentes.
Deve-se anotar os dias e a hora da coleta.


Amostra única
pode ser feita inclusive na hora então nem se precisaria de conservante.
São boas para visualização de trofozoítos, pois os trofozoítos só vivem meia hora nas fezes, depois se degradam.


Com conservador e refrigeração, os cistos, ovos e larvas presentes nas fezes são conservados até 30 dias.



- No exame macroscópico das fezes é analisado a consistência, o odor, a cor, a presença de sangue ou vermes adultos e presença de muco.


Em caso de diarreia a amostra será líquida e com presença de trofozoíto, por isso deve-se levá-la imediatamente para análise (em menos de meia hora deve ser feita a análise).
Em alguns casos quando o paciente está nesse estado, é importante inclusive fazer a coleta no próprio laboratório.




Nas amostras de fezes mais sólidas, a quantidade de parasitas é maior e em suas formas de resistência (ovos, cistos e oocistos -normalmente imaturos/não esporulados-).


Sangue indica uma provável invasão de mucosa, restringindo o número de parasitas, para aqueles que invadem mucosa.




Tipos de Conservantes



* Formalina:
Feita de formol com salina de 5 a 10%.

Conserva cistos, oocistos, ovos
(formas de resistência) e larvas. 


Das parasitoses sanguíneas o Toxoplasma gondii e o Plasmodium sp., possuem oocisto, por mais que o oocisto da malária não serve para diagnóstico, porém como esses conservantes são utilizados para fezes, das parasitoses intestinais que possuem oocistos são as emergentes (causadas por protozoários), como o Cyclosporo cayetanensis, Cryptosporidium parvum e Isospora belli.


Então além desses, a formalina é útil para detectar todas as parasitoses intestinais causadas por helmitos, inclusive as parasitoses intestinais causadas por protozoários (que liberarão portanto cistos nas fezes), como: Giardia lamblia e Entamoeba histolytica.

É o conservante mais comumente utilizado inclusive por ser o mais barato.


* MIF:
Feito com formol também, porém é mais caro que a formalina.

Conserva igualmente à formalina.



* PAF e Líquido de Shaudinn:
Utilizados em fezes frescas para conservar troifozoítos e cistos.


Portanto servem somente para detectar parasitoses intestinais causadas por protozoários.

Parasitas Emergentes ou Oportunistas


Cyclospora cayetamensis


* Oocistos:

Também chamados de Coccídeos.
São esporulados e possuem de 8 a 10 micrometros.

Por serem esporulados possuem portanto esporocistos dentro, no caso cada oocisto tem 2 esporocistos e cada esporocisto possui 2 esporozoítos.


O habitat do Cyclosporo cayetanensis é a mucosa intestinal. Portanto é uma parasitose intestinal, possuindo como sintomas diarréia, desidratação, perda de peso e etc.

Porém quando o oocisto não está maduro ainda, ele não tem esporos. Quando amadurece ele ganha esporos com esporozoítos prontos para infectar.


* Ciclo no ser humano:


Ingestão do oocisto, quando chega ao habitat (intestino) rompe a membrana e libera os esporocistos (esporos), logo já rompe os esporocistos também e libera finalmente os esporozoítos.

Esses esporozoítos aderem a mucosa intestinal para então se reproduzirem assexuadamente (multiplicação).
Nessa fase de reprodução que começam a aparecer os sintomas.

Nas fezes saem alguns desses parasitas que se encistam formando oocistos imaturos. 

Nas fezes ele amadurece e evolui a oocisto maduro que é a forma de infecção que deverá ser ingerida pela pessoa para adquirir a parasitose.


* Sintomas:


Diarreia aquosa.
Que leva a perda de peso, desnutrição e desidratação.

Constipação (cólica de gases), nauseas.

Não possuem muitas evacuações por dia.


- Por ser uma parasitose oportunistas em imunocompetentes são comumente assintomáticos, eliminando o parasita normalmente.
Já em imunocomprometidos, dura por volta de 7 semanas, mesmo tomando medicamento, pois o medicamento não atua sobre as formas de resistência.
Então tem-se que esperar liberar todos os oocistos.




Cryptosporidium parvum 
 


* Oocisto:

Tamanho cerca de 4 micromeros.
Esporulado, tendo entao 4 esporozoitos dentro. 



Também é um parasita intestinal, porém possui ação osbtrutiva, podendo invadir a mucosa e penetrar assim na corrente sanguínea, indo para outros órgão e se hospedar lá (como fígado e pulmão).


* Ciclo no ser humano:

Ingestão do oocisto, vai para o intestino e desincesta, lá ele poderá invadir a mucosa e ir para o fígado por exemplo.
Para diagnóstico de Cryptosporidium parvum nesse caso, somente se poderia fazer por exame imunológico e quantificação e identificação de anticorpos IgG para o parasita.

Mas também pode ocorrer que os esporozoítos depois do desincestamento fiquem no intestino aderidos na mucosa onde ocorrerá multiplicação.

Solta-se da mucosa e sai do organismo pelas fezes se transformando na forma de resistência.


* Sintomas:

Como parasita intestinal também possui como sintoma diarreia, porém diferente do Ciclosporo cayetanensis, o Cryptosporidium parvum causa diarreia com cerca de 10 vezes mais intensidade.

Causa febre por ação inflamatória que ocorre com a perfuração da mucosa, pode provocar vômito também.
A febre é mais intensa em indivíduos que desenvolveram hepatomegalia.

Essa fase só chega à indivíduos imunocomprometidos, pois em imunocompetentes esse parasita passa assintomático.


* Diagnóstico:

Exame de fezes e exame imunológico.




Isospora belli


* Oocisto:

Também é esporulado com 4 esporozoítos cada.

Chega a cerca de 30 micrometros, sendo o maior oocisto entre Cyclosporo cayetanensis, Cryptosporidium parvum e Isospora belli.

 Protozoário intestinal que em imunocomprometidos causa cerca de 10 evacuações por dia.
Provoca sintomas como diarreia mesmo em pacientes imunocompetentes.

Também possui capacidade de invasão de mucosa (ação obstrutiva).



* Ciclo no ser humano:

Ingestão do oocistos e desencistamento no intestino.
Com a liberação dos 4 esporozoítos, eles aderem a mucosa e se replicam (fase de multiplicação).

Pode gerar gametas dessa multiplicação assexuada, que irão se juntar e dar origem a um novo oocisto imaturo (processo sexuado).

Quando ocorre invasão de mucosa entram em contato com a corrente sanguína e contaminam outros órgão inclusive linfonodos.
Essa ação ocorre somente em pacientes contaminados imunocomprometidos.


* Sintomas:

Nauseas, vômito, anorexia (perda de peso), desidratação, desnutrição que pode levar a casos de anemia por dificuldade de absorção.

Em casos crônicos (pacientes imunocomprometidos) chega a causar hepatomegalia, problemas no baço e problemas respiratórios.


* Diagnóstico:

Para essas três parasitoses emergentes quando diagnosticado no exame de fezes presença do oocisto mais comum de ser encontrado é o não esporulado (imaturo), até porque coleta-se as fezes logo depois que elas saem e coloca-se em um conservante onde o oocisto não amadurece.

Para esse exame na tentativa de visualização de oocisto, deve-se fazer coloração com Kinyon, que consegue colori-los.

Também pode ser diagnosticado por exame imunológico, inclusive é a única forma de diagnosticar na fase crônica, verificando presença de IgG para Isospora belli.

Transtornos do Humor e Afeto


Transtornos do Humor e Afeto



Os transtornos de Humor e Afeto podem ser divididos entre seus principais casos:

- Distimia (um tipo de depressão): Uma condição psicológica, causada normalmente por uma depressão da liberação de neurotransmissores excitatórios, consequentemente de estímulos de prazer.

Pessoas com essa doença tem um constante sentimento de negatividade e não veem prazer ou divertimento nas situações da vida.

São pessoas desanimadas e normalmente muito regradas.


- Depressão Maior. 


Caracterizado por autoestima baixa, tristeza intensa e irritabilidade emocional (choro). 
Situação que dura pelo menos 2 semanas. 


- Depressão + Mania = Transtorno afetivo bipolar.


- Mania: Psicose.

São pessoas que não conseguem estabelecer vínculos afetivos, falam demasiadamente e se acham o centro do mundo.



* Causas:

Podem ser causadas por personalidade (hereditariedade), por perdas, relacionamentos.

Podem ser causadas também por doenças crônicas neurodegenerativas ou cânceres.

Podem ser causadas por distúrbios hormonais causados por situações como gestação ou pós-parto.

Podem ser causados por fármacos, drogas, estresse, entre outros. 

O aumento do cortisol (glicocorticoide) é neurotóxico, além de inibir a fabricação de neurotransmissores, desregulando a resposta neuronal normal.


* Sintomas:

Mnemônica
de sintomas da depressão: SIGECAPS.


S: Sono
, pode tanto ficar aumentado e excessivo quanto diminuído, causando quadros de insônia.

I: Interesse
ou prazer, está constantemente diminuído. 

Como o estado de anedonia.

G: Guilt
= Culpa. Sentimento de culpa elevado.

E: Energia
. Baixa. 

Constante fadiga e falta de disposição para as atividades diárias.

C: Concentração baixa
. Déficit de concentração.

A: Apetite
, pode estar aumentado (excessivo) ou diminuído (levando a casos de anorexia), variando de pessoa para pessoa.

P: Psicomotor.
Atividade psicomotora fica elevada, a pessoa fica em um estado de agitação e momentos está diminuída levando a um estado de retardo.

S: Suicídio.
Há pensamentos, planejamentos e às vezes realização do ato.



- A depressão é caracterizada pela
diminuição dos NT excitatórios e por isso contínua depressão da atividade nervosa.
Noradrenalina e Serotonina ficam em níveis baixos.



- O transtorno do humor bipolar é caracterizado fisiologicamente como liberação inadequada de resposta neuronal (de NT), independente de estímulos externos.
Deixando a pessoa incapaz de responder adequadamente a cada situação.

Noradrenalina e Serotonina aumentam e diminuem
, mas sem terem sua liberação controlada pelos estímulos do meio.





Funções da Noradrenalina e Serotonina


* Noradrenalina:

Controle do sistema cardiovascular, do humor, punção sexual.
Vigilância, luta e fuga, e ativação de processos sensoriais.


* Serotonina:

Controla o humor, punção sexual, sono REM, prazer, bem estar, fome e saciedade.



Antidepressivos



São fármacos utilizados para aumentar os níveis de Noradrenalina e Serotonina.


Principais Mecanismos de Ação:


* Inibidores da MAO:

MAO = Monoaminoxidase, faz a degradação dentro do terminal pré-sináptico de noradrenalina, serotonina e dopamina.

A MAO-A faz a degradação de Noradrenalina e Serotonina.
A MAO-B faz a degradação de Dopamina.


- Tranilcipromina, Fenelzina = Não seletivos e irreversíveis.

- Moclobemida = Inibidor da MAO-A e reversível. 



* Antidepressivos Tricíclicos:
Amitriptilina (sedativo pela ação sobre os receptores H1 - receptores de histamina), Nortriptilina, Clomipramina, Imipramina, Sibutramina.

Inibem a recaptação de Noradrenalina e Serotonina.

- Segunda geração (Mais seletivos): Venlafaxina.



* Inibidores Seletivos da Recaptação de 5HT/Nor/DOPA.
 
5HT: Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, Citalopram.

Nor: Reboxetina.

DOPA: Bupropiona (inibe também recaptadores nicotínicos).

Antiepileticos e Anticonvulsivantes


Bloqueadores dos Canais de Sódio


Durante uma crise epilética há aumento da entrada de sódio, pois os canais se abrem por mais tempo e com mais frequência pelo estímulo excitatório constante do neurotransmissor sendo liberado excessivamente (glutamato).

Com a grande entrada de sódio o neurônio fica muito despolarizado, demorando para ir para o estado de repouso novamente e com presença de potencial, há abertura constante dos canais de Ca++, que entra no neurônio.
Com essa entrada de Ca++ causa ainda maior liberação de neurotransmissor, mantendo a alta atividade nervosa.


* Principais Fármacos Bloqueadores dos Canais de Na+:
Fenitoína, Carbamazepina e Topiramato.


* Fenitoína:




Utilizada para todos os tipos de crises epiléticas (crises parciais ou generalizadas), exceto crise de ausência.
- Farmacocinética:

Sofre metabolismo hepático.

Potente indutor enzimático, inclusive das próprias enzimas que o metaboliza.



- Efeitos Colaterais e Adversos:


O uso pode provocar caso de Anemia Megaloblástica.


Hiperplasia gengival (o que deixa a gengiva fácil de haver machucados e sangramentos).


Erupções/Rashes cutâneas. Entre outros.



A utilização de fenitoína pode levar ao aparecimento de manchas avermelhadas elevadas na pele (chamadas de Rashes).




* Carbamazepina:





Utilizada para tratamento de todas as crises epiléticas com exceção da crise de ausência.
Também é indicada para dor neuropática (dor de origem neuronal, sem processo inflamatório, como a dor do membro fantasma) e tratamento do transtorno do humor bipolar.

(Também é utilizado para transtorno do humor bipolar o ácido valproico - possui efeitos colaterais muito parecidos com os do etossuximida.)


- Farmacocinética:

Sofre metabolismo hepático.

É um potente indutor enzimático.

Forma metabólito ativo (10-11-epóxi-carbamazepina).


- Efeitos Colaterais e Adversos:


Sedação, tontura, prejuízo da coordenação motora.

Leucopenia (diminuição do número de leucócitos).

Alteração transitória do nível enzimático do fígado (ocorre com quem já tem problemas hepáticos).



* Topiramato: 




Utilizado para todas as crises epilépticas, com exceção das crises de ausência.

É recomendado como adjuvante, sendo segunda escolha de fármaco.

Não é indutor enzimático.


- Mecanismo de Ação:

Tem 3 mecanismos de ação, que visam causar depressão do SNC.

Então além de bloqueador dos canais de Na++, ele também inibe os receptores de glutamato e aumenta a atividade do GABA.


- Efeitos Colaterais e Adversos:


Tontura, distúrbios de concentração.

Parestesias (sensações cutâneas subjetivas; frio, calor, formigamento, etc), entre outros.






Bloqueadores dos Canais de Cálcio


* Principal Fármaco Bloqueador dos canais de Ca++:
Etossuximida.




* Mecanismo de ação:

Bloqueio dos Canais de Ca++ do tipo T.

Impedindo a continuação do influxo de Cálcio nas fibras nervosas que se projetam do tálamo para o córtex motor.

* Uso:
Utilizado para tratamento de Crises de ausência.


* Efeitos Colaterais e Adversos:


Distúrbios do Tubo Gatrointestinal.

Erupções cutâneas.


Sedação e outros.




Fármacos que Aumentam a Atividade do GABA


São indutores enzimáticos.

* Barbitúricos:
Fenobarbital e Tiopental.

Os dois são utilizados também como anticonvulsivantes (além de ansiolíticos e hipnóticos).


Os dois são usados para todas as crises epiléticas com exceção das crises de ausência.

Em caso de emergência podem ser administrados por via Intravascular.


* Benzodiazepínicos:
Clonazepam e Diazepam.


Também são muito utilizados como anticonvulsivantes.

Sendo que o clonazepam tem boa ação para o tratamento de crises de ausência.

Enquanto o Diazepam é utilizado principalmente para crises de mal epilético (tônico-clônica - crise generalizada), sendo administrado para esses casos por via Intravascular.

- Em emergência, no meio de uma crise, podem ser administrados por via Intravascular.


- O Diazepam forma metabólitos ativos: Oxazepam e Temazepam.



Grupo de Fármacos com Estrutura Análoga a do GABA, mas Sem Ação no Receptor GABA A:

Não são indutores enzimáticos.

* Gabapentina:

É indicado como adjuvante, sendo o fármaco de segunda escolha, muito utilizado para tratamento de crises parciais e dor neuropática.


- Mecanismo de Ação:

Faz ocorrer diminuição da liberação de NT excitatórios.


- Efeitos Colaterais e Adversos:

Cefaleia, Vertigem, Sonolência.


Ganho de peso, entre outros.




* Vigabatrina:

É indicado também como adjuvante, sendo utilizado para crises parciais.


- Mecanismo de Ação:

Diminui a degradação do GABA pela inibição da enzima GABA transaminase.


- Efeitos Colaterais e Adversos:
Cefaleia, Vertigem.

Prejuízo nos movimentos, coordenação.




* Tiagabina:

É indicado como adjuvante para tratamento de crises parciais.


- Mecanismo de Ação:

Diminui a recaptação de GABA pelo neurônio pré-sináptico, aumentando a concentração de GABA na fenda sináptica.


- Efeitos Colaterais e Adversos:

Náuseas, Fadiga, Sonolência, Outros.




Fármacos que Diminuem a Atividade do Glutamato


Além do Topiramato outro fármaco muito utilizado com esse mecanismo é o Lamotrigina.


* Lamotrigina:
Utilizado como adjuvante para a maioria das crises, porém para adjuvante para crises parciais o topiramato é mais indicado.

- Mecanismo de Ação:

Possui dois mecanismos de ação visando a depressão do SNC.

Além de diminuir a ação do glutamato, ele também tem ação sobre os canais de Sódio, bloqueando-os.


- Efeitos Colaterais e Adversos:

Cefaleia, visão turva.

Distúrbios de concentração, entre outros.



* Primeira escolha e adjuvantes para cada crise: