sexta-feira, 15 de junho de 2012

Agonistas do Simpático

Receptores do Simpático

- O receptor Beta 1 fica no coração, ele é ativado pela noradrenalina e adrenalina.

Quando ativado aumenta a frequência cardíaca e a força de contração, fazendo assim que aumente o débito cardíaco.


- Rins:
Possuem beta 1, quando ativa estimula a liberação de renina pelas células justaglomerulares. 

Havendo assim maior transformação da proteína angiotensinogênio em angiotensina I, que é convertida pela ECA para angiotensina II, que estimula a produção de aldosterona pela suprarrenal.

A aldosterona promove maior reabsorção de sal e a angiotensina II promove vasoconstrição.



Desse jeito, pode-se notar que a ativação do beta 1 traz dois efeitos importantes no organismo que são aumento da volemia e da pressão arteria
l.


- Os vasos sanguíneos da pele, das mucosas e vísceras possuem alfa 1, que quando ativado produz vasoconstrição.
Aos vasos só vai fibra de simpático que libera acetilcolina nos M3, provocando vasodilatação, mas esses alfa 1 podem ser ativados pela adrenalina e causar o aumento da pressão.

Se isso acontecer, o sistema nervoso central capta esse estímulo de aumento de pressão e estimula o parassimpático a liberar Ach, diminuindo o débito cardíaco.


- Nos pulmões
se encontram receptores beta 2, que quando ativados pela noradrenalina provocam broncodilatação.


- O fígado
possui beta 2, quando ativado aumenta a liberação de glicose por promover maior glicogenólise (quebra de glicogênio) e maior gliconeogênese (fabricação de glicose através de lipídios e proteínas). 


- Nos músculos esqueléticos existe receptores beta 2, que quando ativados promovem a contração da fibra branca e relaxamento da vermelha, o que causa tremores.


- Tubo gastrointestinal:
possui beta 2 e alfa 1, quando ativado produz relaxamento da musculatura lisa, diminuindo o peristaltismo.

- Trato urinário:
Possui beta 2 e alfa 1, quando ativados se produz relaxamento da musculatura lisa da bexiga, diminuindo a micção.


- Os olhos
possuem beta 2 e alfa 1, quando ativados a pressão intraocular aumenta, ocorre midríase e o foco da visão fica focado para longe, sendo turva a visão para perto.





Agonistas do Simpático


Também podem ser chamados de:

- Agonistas adrenérgicos
- Agonistas noradrenérgicos
- Agonistas alfa/beta
- Simpatomiméticos


Os fármacos agonistas do simpático podem ser seletivos de receptores beta 1, mas também ativarem em menor intensidade o beta 2.


* Os principais fármacos não seletivos agonistas do simpático são:

(não seletivos, eles ativam tanto receptores alfa quanto beta)

- Noradrenalina:
Tem maior afinidade a receptores alfa, mas também ativa beta em menor intensidade. (para manutenção da pressão arterial)
- Adrenalina:
Preferência por receptores beta, mas também ativa alfa em menor intensidade.


* Mecanismo de ação:

Agonista do simpático não seletivo.


* Uso clínico:


- Parada cardíaca:


É utilizado agonista do beta 1 que é o receptor do simpático que fica no músculo cardíaco, sendo assim, quando ativado estimula o aumento do débito cardíaco.

Necessita administrar atropina, que é antagonista do parassimpático, para impedir a ativação dos M2 pela Ach e impedir a constante queda do débito.

Então se na parada cardíaca for administrado adrenalina, no sangue ela poderá se liga a receptores alfa 1 dos vasos e promover vasoconstrição, causando aumento da pressão, além do aumento do débito cardíaco por ativação de beta 1 no coração.

A estabilização do débito cardíaco é conseguido pela administração de dobutamina depois da adrenalina, para manter o débito cardíaco constante.

O aumento da pressão arterial causa uma compensação fisiológica que leva o sistema nervoso central ativar o parassimpático, liberando mais Ach, para tentar diminuir o débito e consequentemente a pressão (que é impedido pela atropina).



- Choque anafilático:


É caracterizado por alta liberação de histamina generalizada, então administra-se adrenalina.

Pois a histamina é vasodilatadora diminuindo a pressão arterial bruscamente.
A adrenalina aumenta a pressão pela ativação dos alfa 1.

A histamina também é broncoconstritora, como a adrenalina tem efeito mais potente em beta, ela ativa os beta 2 do pulmão causando broncodilatação.


- Choque hipovolêmico:


Caracterizado pela diminuição da pressão arterial e parada cardíaca, para isso administra-se adrenalina que ativa alfa 1 nos vasos e beta 1 no coração.


Aumentando o débito cardíaco, aumento da pressão arterial e consequentemente causa broncodilatação.




* Efeitos Colaterais:

- Arritmia: Pela ativação de beta 1 e provocar taquicardia e depois bradicardia, fazendo com que a criação de estímulos fique fora de ritmo.

- Taquicardia pela ativação de beta 1 que faz aumentar o débito cardíaco.

- Bradicardia pela ativação de alfa 1 que faz aumentar a pressão arterial e posterior ação do parassimpático, por estímulo do sistema nervoso central tentando abaixar a pressão que aumentou.

- Tremores: Pela ativação de beta 2 que tem nos músculos esqueléticos, quando esses beta 2 são ativados eles estimulam a contração de certas fibras das células da musculatura esquelética e relaxamento de outras.

- Hiperglicemia: Pela ativação do beta 2 do fígado que estimula a produção e maior liberação de glicose. 

- Visão turva para perto: A pressão intraocular permanece alta, pela ativação do beta 2 e alfa 1 dos olhos, tendo o foco direcionado para longe, não acomodando o foco para perto.

- Nefrotoxidade: Esses fármacos (noradrenalina e adrenalina, principalmente a noradrenalina que tem maior afinidade com receptores alfa) são tóxicos para o néfron, pois havendo a ativação do alfa 1 os vasos renais entram em constrição e o néfron é danificado a cada passagem de sangue.


Agonistas Seletivos Alfa 1


* Os principais fármacos seletivos de alfa 1 agonistas do simpático são:
Oximetazolina, nafazolina.


* Mecanismo de ação:
Agonistas de alfa 1.


* Uso Clínico:


- Congestão nasal: Causada por diminuição do espaço nas vias aéreas, muitas vezes por processo inflamatório e criação de edema.
Então o agonista alfa 1 o ativa e ocorre constrição dos vasos que causa retração da mucosa, por diminuição de edema.

Melhorando assim a passagem do ar.



- Congestão Ocular: Para tratar olho vermelho, por dilatação dos vasos.

Com administração de fármacos agonistas de alfa 1 (oximetazolina, nafazolina) ocorre vasoconstrição deles deixando a esclerótica do olho bem branca.


* Efeitos Colaterais:

- Necrose: pela diminuição da passagem sanguínea pode levar a falta de oxigenação.

- Bradicardia: por mais que na maioria dos casos esses fármacos são de uso tópico, em alguns casos, onde doses mais altas estão no corpo, eles conseguem entrar no organismo e causar vasoconstrição suficiente para fazer o sistema nervoso central mandar um estímulo para ativar o parassimpático e haver liberação de Ach, causando bradicardia pela ativação dos receptores beta 1.



Agonistas Seletivos Beta 1



* Os principais fármacos seletivos de beta 1 agonistas do simpático são:
Dobutamina.


* Mecanismo de Ação:
Agonistas beta 1.



* Uso Clínico: 

- Para a manutenção do Débito Cardíaco:


Mantém alto o débito cardíaco pela ativação do beta 1 no coração.



* Efeito colateral:

- Taquicardia: Pela ativação do beta 1 e aumento do débito cardíaco.

- Arritmia: Pela ativação do beta 1, pode causar a criação de estímulos fora de ritmo no coração.



Agonistas Seletivos Beta 2



* Os principais fármacos seletivos beta 2 agonistas do simpático são:
Fenoterol, salbutamol, terbutalina. 



* Mecanismo de Ação: 
Agonistas de receptores beta 2.



* Uso Clínico:


- Tratamentos de Asma: pois causam broncodilatação, pela ativação do beta 2.

São utilizados principalmente o fenoterol e salbutamol.


- Em riscos de partos prematuros: É utilizado a terbutalina que ativa os receptores beta 2 do músculo uterino e faz com que ocorra seu relaxamento.



* Efeitos Colaterais:

- Tremores pela ativação do beta 2, existe beta 2 na musculatura esquelética e quando ativado contrai as fibras brancas e relaxa as fibras vermelhas, provocando tremores em certas partes da pessoa.

- Taquicardia: pela ativação de beta 1, por mais que seja seletivo para beta 2 eles conseguem ativar em baixa intensidade o beta 1.

- Hiperglicemia: pela ativação de beta 2 do fígado que estimula a ocorrência de maior liberação de glicose no sangue.

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