Diabetes Mellitus: Doença metabólica caracterizada por hiperglicemia.
Pode ocorrer por defeito na Ação da Insulina ou na Secreção da Insulina.
Classificação
* Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1)
- Imunomediado
- 5 a 10 % dos casos
- Ocorre destruição das células beta nas ilhotas pancreáticas (células que secretam insulina).
* Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2)
- 80 a 90 % dos casos
- Existência de graus variáveis de resistência dos receptores à insulina
- Ocorre defeito na ação da insulina ou produção insuficiente pelo pâncreas.
- É desencadeada por fatores ambientais e/ou genéticos
- Principalmente em pessoas acima de 30 anos.
* Diabetes Gestacional
- Estado de baixa tolerância a glicose e essa baixa tolerância é diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez.
- Essa resistência à insulina pode ou não persistir depois da gravidez.
- Causa macrossomia fetal:
Macrossomia fetal é caracterizada pelo excesso de peso em recém-nascidos. Normalmente causada por picos intermitentes de hiperglicemia na mãe, que estimulam a liberação de insulina e hormônio de crescimento (GH) pelo feto, fazendo com que haja crescimento fetal e deposição de gordura e glicogênio.
- Aborto de repetição: Aborto espontâneo caracterizado pela perda da gestação em até 20 semanas e peso menor que meio quilo.
Patogenia
Como que a doença é desencadeada:
* DM 1:
- Suscetibilidade genética: Genes ligados ao HLA (Antígenos Leucocitários Humanos - proteínas que se localizam na superfície de todas as células do organismo), o sistema imunológico passa a reconhecer o HLA das células do pâncreas como antígeno.
- Infecção viral: Mimetismo molecular (característica semelhante entre moléculas que faz o corpo confundi-las. Nesse caso é entre vírus e antígenos de superfície das células pancreáticas), esse mimetismo pode desencadear a doença em algumas pessoas.
* DM 2:
- Predisposição genética: Defeitos nas células beta (ocasionando produção insuficiente de insulina).
- Fatores ambientais: Obesidade e utilização inadequada de glicose, que acaba gerando resistência insulínica (os seus receptores passam a ficar resistentes, não sendo mais ativados por ela).
Resistência Insulínica
Mudança na conformação dos receptores (GLUT) devido maus hábitos alimentares ou ação do GH e glucagon.
Normalmente essa mudança na conformação fica presente vários anos antes da pessoa começar a apresentar hiperglicemia.
* Fatores de risco DM 2:
Fatores que podem levar a desenvolver/desencadear diabetes mellitus tipo 2, desencadear a resistência dos GLUT's à insulina:
- Obesidade/excesso de peso.
- Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
- HDL baixa
- Idade acima de 45 anos
- Sedentarismo
O estado de hiperglicemia além de levar a resistência insulínica pode resultar na exaustão das células beta.
O Aumento da glicemia pode levar a glicosúria, além de lesão glomerular .
O exercício físico constante é importante pois nos músculos esqueléticos (como também no sistema nervoso central e hemácias) não depende de insulina para entrada de glicose nas células.
Essas células teriam uma necessidade maior de glicose fazendo com que ela saísse do sangue para as células musculares diminuindo a glicemia normalmente sem necessidade de ação da insulina.
Insulina
Hormônio proteico fabricado a partir da clivagem da proinsulina, forma de armazenamento.
É formada por ligações de cadeias beta e alfa e quando clivada liberando a insulina, libera-se o peptídio C.
O peptídio C então é o marcador de liberação de insulina, quanto mais peptídio C maior foi a liberação de insulina.
O armazenamento da insulina como pró-hormônio é muito importante, pois ela fica pronta só esperando a clivagem para ser liberada.
Podendo assim ser liberada de uma vez, em grande pico.
Mas depois de 10 minutos que a pessoa comeu e a glicemia já abaixou um pouco, o nível de liberação e de quantidade de insulina no sangue cai e ela passa a ser liberada lentamente e prolongadamente.
Depois de duas horas a insulina tem que voltar ao nível que fica quando não há ingestão de glicose.
A medição de peptídio C então indica se houve grande liberação de insulina, se ele estiver alto e a glicose também é provável um caso de resistência insulínica.
Mas se o nível de peptídio C estiver baixo, depois de uma alimentação, e a glicemia também, indica a utilização de insulina exógena.
Diagnóstico
* Clínico:
- Poliúria (aumento do volume urinário. Polaciuria = Aumento da frequência urinária),
- Polifagia (fome excessiva),
- Polidipsia (sensação de sede em demasia),
- Perda de peso (pouca entrada de glicose nas células),
- Irritabilidade.
* Laboratorial:
Medição da glicemia em jejum (jejum é de 8 a 12 horas).
Para exames de glicemia por coleta de sangue é feito com tubo de tampa cinza que possui oxalato de potássio e fluoreto de sódio que são anticoagulantes e inibidores de glicólise, mantendo os níveis de glicose no sangue.
Pela utilização de anticoagulante se tem como produto o plasma que será analisado.
Resultados:
- Normal = 70 a 99 mg de glicose por dl de sangue.
- Intolerância à glicose: de 100 a 125 mg/dl de sangue.
- Diabetes: maior que 126 mg/dl duas vezes seguidas.
Teste de Tolerância à Glicose (TTOG)
Caso o exame de glicemia der a quantidade de glicose aumentada, mas o valor foi entre 100 a 125 mg/dl esse exame é indicado para confirmar ou não uma doença.
Paciente tem que manter a dieta normal durante 3 dias até o dia do exame, no dia do exame tem-se que fazer jejum de 8 a 12 horas sem comer (quantidade de ingestão de água normal) e repouso durante esse dia (sem exercícios físicos).
- Colhe-se uma amostra de sangue em jejum.
- Administra-se 75 gramas de Dextrose ao paciente.
- Colher amostras de 30, 60, 90 e 120 minutos depois da administração para analisar o pico glicêmico e a velocidade e quantidade da entrada dessa glicose nas células.
Em 60 minutos tem que ocorrer o pico de glicemia e em 120 minutos tem que voltar a abaixo de 140 mg/dl.
Resultados:
Havendo 120 a 140 a pessoa está com intolerância a glicose.
Havendo entre 140 a 200 mg/dl de glicose no sangue, indica diabetes.
Controle Glicêmico/ Complicações
Complicações como:
Glicação de proteínas: glicose tende a se ligar a proteínas, essa ligação pode ser em baixo nível (sem depender de enzimas) ou pode ocorrer por mediação de enzimas fazendo uma ligação irreversível.
Exemplos:
* Hemoglobina Glicada
- Principal exame que reflete a glicemia.
Indica se houve picos de hiperglicemia em até 90 dias anteriores (que é o tempo que as hemácias duram no sangue - 90 dias).
Quanto mais hemoglobinas glicadas mais perigoso é o estado dessa pessoas. De 6 a 7 % de hemoglobinas glicadas é normal, mais que isso indica glicose descompensada.
* Frutosamina
Exame que indica a quantidade de albumina glicada no sangue.
Reflete o nível glicêmico de 15 a 30 dias anteriores.
Se houver albuminas glicadas indica que teve aumento glicêmico o bastante para ligar a glicose a proteínas nos últimos 15 a 30 dias.
Outras complicações que a hiperglicemia pode causar é a passagem desse sangue pelo glomérulo leva à lesões nele.
Também faz demorar a cicatrização.
Em caso de hiperglicemia exercícios físicos ajudam a abaixá-la.
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