quarta-feira, 27 de junho de 2012

Hipertensão Arterial

Caracterizada pelo aumento da pressão arterial sistólica e/ou diastólica.
 

A pressão sistólica é quando o coração contrai e empurra sangue contra o sangue presente na artéria.

A pressão diastólica
é quando o coração relaxa e o sangue na artéria fica sem a ação da pressão do coração empurrando mais sangue nele, mas sofre a pressão que as paredes dos vasos impõem chamada de resistência vascular.
Então o sangue mesmo sem bombeamento ainda flui buscando diminuir a pressão de áreas onde tem mais sangue para as áreas onde tem menos até mesmo por entrada de parte dele para os tecidos.


Quando o sangue bombeia, a pressão tem que ficar 20 mmHg a mais do que a pressão estava quando o sangue estava na artéria antes do batimento.
Por exemplo se a pressão diastólica for 100 mmHg então a pressão durante a sistole tem que exceder esse valor para o sangue consiga empurrar o sangue que já estava na artéria, tendo que ser a pressão do sangue que vai sair do coração por volta de 120 mmHg.



A Hipertensão pode ter diversas causas.  


* Etiologia da hipertensão:







PA = RVP X DC

(Pressão arterial = resistência vascular periférica X débito cardíaco)

- Aumento do débito cardíaco aumenta a pressão nas artérias.

- Aumento da resistência vascular periférica aumenta a pressão, entre RVP e DC é o fator que mais influência na pressão.

- Atividade nervosa simpática elevada: Ocorre então alta ativação de beta 1 pela liberação de noradrenalina o que aumenta o débito cardíaco.

- Retenção de sal e água. (como ocorre com a alta liberação de aldosterona que estimula a reabsorção de sódio na parte terminal dos túbulos distais e no ducto coletor, o que consequentemente faz com que mais água seja reabsorvida).

- Alterações endógenas (hormônios: como maior liberação de aldosterona que pode ocorrer pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona buscando o aumento da pressão, ou maior liberação de ADH).


* Pode haver casos de hipertensão crônica onde a pressão arterial aumenta sem evidência de uma outra enfermidade causando esse aumento.


Como a chamada de hipertensão essencial.







Hipertensão Essencial


Causa desconhecida.

É a que acontece em cerca de 90% dos casos e possui características de hereditariedade.


* As artérias
não fazem vasoconstrição nem vasodilatação, elas somente possuem os barorreceptores que captam o aumento ou queda da pressão e estimulam o sistema nervoso autônomo, parassimpático ou simpático, respectivamente, para diminuir ou aumentar o débito cardíaco influenciando na pressão.

* As arteríolas
não possuem barorreceptores, portanto fazem vasoconstrição e vasodilatação.

- O aumento da pressão arterial ocorre com cerca de 40% das pessoas que possuem hipertensão essencial, sem haver vasoconstrição e aumento do débito cardíaco.
Os outros 60% ocorre o aumento da pressão por aumento da resistência vascular periférica, portanto vasoconstrição e/ou aumento da volemia.


Mas a característica principal de pacientes com Hipertensão Essencial é o débito cardíaco que permanece normal.
O filtrado glomerular também permanece normal, o rim permanece conseguindo depurar uma certa substância da mesma quantidade de sangue na mesma quantidade de tempo que sempre.


(porém não da para saber o quanto de sal está sendo retido -que pode ocorrer por vários motivos que causam ação parecida com a da aldosterona, como utilização de corticoides ou até mesmo uma desregulação na liberação de aldosterona endógena-, consequentemente podendo ter um aumento da volemia e da pressão por isso).
 

Somente há um aumento da resistência à passagem do fluxo sanguíneo. (Aumento da tensão que as paredes das artérias causam contra o sangue)

 

Na Hipertensão Essencial em um estágio mais avançado a pressão arterial vai aumentando tanto que o aumento da resistência à passagem do fluxo sanguíneo ocorre nas arteríolas renais. 
E mesmo com a regulação da pressão que deveria ser feita pelo rim (nesse caso diminuindo a liberação de renina), não há diminuição da pressão e com ela aumentada pode ocorrer lesões no glomérulo prejudicando a filtração glomerular que até então estava normal.


Porém em caso de Hipertensão, se o aumento da pressão for causado por aumento da volemia por desregulação na retenção de sal, o que ocorre principalmente por falha do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona, a pressão pode ser abaixada com diminuição da ingestão de sal.
(O que acabaria não podendo ser classificada como uma Hipertensão Essencial, pois essa não tem causa conhecida. Podendo ser classificada então como uma Hipertensão secundária.)









Hipertensão Adquirida


Também conhecida como Hipertensão Secundária.

Leva a uma condição mórbida, podendo ocorrer estenose da artéria renal (é um estreitamento anormal que em casos mais graves levam a fechamento total e perda do órgão).


É chamada de hipertensão secundária, pois é causada como consequência de uma outra doença que paciente tem, como:

- Distúrbio cortical (na liberação de hormônios corticais).

- Utilização de drogas ou fármacos (como cocaína ou corticoides).

- Doença renal (O rim está altamente relacionado à regulação da pressão arterial, sendo assim defeito na filtração ou reabsorção de substâncias pode levar à hipertensão).

- Arteriosclerose (ocorre enrijecimento das artérias o que aumenta a resistência vascular periférica, pois diminui a capacidade de complacência delas)









Hipertensão Maligna



Ocorre como uma evolução da Hipertensão Secundária, onde o aumento da pressão tem uma elevação súbita que causa lesão em diversos órgãos podendo levar à óbito.



Resistência Vascular Periférica 

Hemodinâmica


A variável resistência que o fluxo sanguíneo tem ao passar pelos vasos é influenciada por dois fatores:
- Velocidade
- Área


Se aumenta a área do tubo, como ocorre em uma vasodilatação: A resistência diminui e o fluxo pode aumentar.
Nesse caso como o fluxo aumenta, a velocidade para o sangue chegar nas outras áreas diminui.

Então o inverso seria: Se a área do tubo diminuir, o fluxo que passa por ele irá diminuir e a velocidade para alcançar os tecidos será mais rápida, pois como estará passando menos sangue será mais rápido para ele chegar à áreas mais distantes.
Porém a resistência para a passagem de sangue será maior.


* Se aumenta a velocidade, a resistência aumenta.

* Se aumenta a área do túbulo vascular, a resistência diminui.


RVP = Velocidade/Área

Mas também caso aumente a extensão do vaso a resistência vascular aumenta, pois o sangue que passar por ele terá que enfrentar a passagem por esse vaso por mais tempo.



Já em relação às características do sangue que influenciam na resistência o vaso exercerá sobre esse sangue ao passar por esse vaso, está a viscosidade.

Um líquido mais viscoso é mais denso. 

Então para modificar a viscosidade do sangue é por aumento da concentração de substâncias nele, que pode ser desde glicose para pacientes com hiperglicemia, colesterol alto ou aumento de proteínas plasmáticas por exemplo.


O aumento da concentração do sangue não só modifica a resistência pela maior viscosidade, mas poderá aumentar a pressão por aumento da volemia, fazendo o corpo reter mais água nos vasos para diminuir essa concentração.








Complacência



É a capacidade de distendibilidade dos vasos.

Os vasos da microcirculação fazem vasoconstrição e vasodilatação.

Já os vasos de grande calibre não fazem voluntariamente constrição ou dilatação, porém para não romperem suas células musculares possuem distendibilidade. Ou seja, capacidade de complacência.

Os barorreceptores presentes nesse vasos de grande porte captam o aumento ou diminuição da pressão pela mudança na distendibilidade das fibras do vaso.



A complacência dos vasos e a viscosidade do sangue também têm influencia na pressão sanguínea que pode ser descrita por essa fórmula:

Pressão = Viscosidade/Complacência

Sendo assim se a viscosidade aumenta, a pressão aumenta, se isso acontecer é porque a complacência está diminuída.

Se a complacência aumenta, a pressão diminui, mas a pressão só diminui se a viscosidade permanecer baixa.



Farmacologia



Anti-hipertensivos podem ter vários mecanismos de ação diferentes, dependendo do motivo da hipertensão e do histórico clínico do paciente.


- Anti-hipertensivos: Vasodilatadores.

Atuam diretamente nos vasos, obrigando as células musculares dos vasos ao relaxamento.



- Anti-hipertensivos: Outros tipos.

Atuam não permitindo a vasoconstrição, bloqueando os canais de Ca++ das células da túnica média para isso. Ou impedindo a angiotensina II de ser formada ou de ativar seu receptor nos vasos (o receptor AT1).

Podem atuar diminuindo a pressão nas artérias pela diminuição do débito cardíaco - também por bloqueio dos canais de Ca++, mas nesse caso os canais das células do músculo cardíaco.

Podem também atuar diminuindo a volemia por não permitir a ação da aldosterona que retem sódio e consequentemente promove a maior reabsorção de água pelos rins.



- Anti-hipertensivos: Diuréticos.

Diminuem a volemia, ou seja, a quantidade de sangue por maior eliminação de água na urina.
Essa maior eliminação de água ocorre muitas vezes por não permitir reabsorção de íons no rim e pouca água então passa a ser reabsorvida.

domingo, 24 de junho de 2012

A Camada de Ozônio

Da energia solar é de onde se provém todos os tipos de energias utilizados pelos organismos vivos na Terra.

Modificações da energia solar para energia química, elétrica, mecânica proporcionam a energia necessária para todos os trabalhos por nós desenvolvidos.

Por mais que a energia mecânica possa ser gerada pela queda em uma cachoeira girando uma roda e então ser transformada em energia elétrica. 

De alguma forma todo esse processo é orquestrado inicialmente pelo sol.

Seja de forma indireta como proporcionando a existência da queda da cachoeira, como também dos fluxos de água e movimentos do ar, são todos processos influenciados pelo sol (evaporando as substâncias formando nuvens e etc), que junto com a ação dele sobre as plantas e o bioma da região estabelecem os padrões de clima da Terra.


Ou de forma direta incidindo sobre plantas que capturam pelas suas células fotossintetizantes essa energia e a transforma em energia química ao utilizar para formar ligações entre carbono e hidrogênio a partir de moléculas de CO2.


Sendo então o sol essencial para que exista energia na Terra e consequentemente trabalho.
Primordialmente ele é essencial para a existência da vida da forma que se conceitua.




Energia que Alcança a Terra


Nem toda a energia que o sol emite e que alcança a Terra é utilizada nos processos produzidos por organismos.
Na verdade a parte da energia luminosa do sol utilizada e transformada pelos seres fotossintetizantes em energia química é mínima.

Estima-se que atinja a Terra cerca de 13 x 10^23 calorias de energia do sol por ano. 

Porém, por volta de 30% é imediatamente refletida de volta ao espaço em forma de luz, como a emitida pela lua e outros satélites e planetas (como observamos a noite no céu parte da luz que eles refletem).

20% é absorvida pela atmosfera para produção de reações por seus gases. Não chegam a alcançar a superfície terrestre.

Dos 50% restantes, grande parte é absorvida por várias partes da superfície terrestre e transformada em calor, como a parte que incide sobre as águas dos mares e rios, que gera calor suficiente para evaporá-las e formar as nuvens.

Então dessa energia absorvida pela Terra, que é por volta de 50% da luz emitida pelo sol que chega aqui, somente 1% dos 50% absorvido pela superfície é captado por células de organismos fotossintetizantes.


Convertida assim, somente essa porcentagem pequena de toda a energia, em energia que movimentará todos os organismos vivos da Terra.



 
 Energia do Sol


A energia que o sol provém a Terra, promovendo seu aquecimento e aos seres vivos promovendo todas suas atividades é na verdade uma chuva constante de radiação eletromagnética.

Radiação é constituída por luz visível e invisível


A luz de comprimento de onda compreendido entre 400 nm e 750 nm é visível.

Um nanômetro é 10^-9m. 

0,001 menor que o micrômetro que é 10^-6m. 
Estruturas compreendidas entre distâncias menores que 100 micrômetros só se consegue enxergar com auxílio do microscópio, pois os olhos humanos não conseguem produzir resolução em distâncias a baixo dessa.
Se houver duas linhas separadas por uma distância menor que 100 micrômetros, nossos olhos a enxergarão como uma única linha, não importa o quanto aumentemos a imagem, ela sempre será uma única linha. 

O que importa é a resolução, não o tamanho da imagem.


De qualquer forma, quanto as ondas, conseguimos ver a luz que produz ondas de comprimento nessa faixa.
As ondas de rádio são muito grandes, que passa dos 750 nm, então não conseguimos ver a luz que ela produz.

Cada comprimento de onda dentro dessa faixa, dependendo de qual delas é refletido pelo objeto, emitirá aos nossos olhos um tom dentre as cores que conseguimos enxergar.

 
Para além da extremidade vermelha do espectro visível, situa-se a luz infravermelha, que são ondas de comprimento maior que 750 nm e são ondas de menor energia.

Se somente ondas de comprimento que geram a luz vermelha, então se uma luz vermelha, for emitida sobre um objeto que a reflita, como um objeto branco (uma folha de papel), a veríamos sendo refletida então o objeto que era branco à luz do sol, será visto vermelho.
Objetos que são brancos, refletem todas as ondas visíveis a nós que são emitidas sobre ele.
Se somente essa luz infravermelho for apontada para um objeto e ele a refletir, se pudéssemos enxergá-la sendo refletida, esse objeto teria uma cor da qual não conhecemos.

Além da extremidade violeta do espectro de luz (cores) visíveis, está é a luz ultravioleta, que tem comprimento de onda menor que 400 nm e maior energia.



 
 Autótrofos e Heterótrofos


De acordo com evidências fósseis, os organismos fotossintetizantes são encontrados sendo tardios à procariotos heterotróficos.
Tendo sido encontrado fóssil de ser autótrofo de 3,4 bilhões de anos atrás, cerca de 100 milhões de anos após a primeira evidência fóssil de vida na Terra.

Porém parece certo que os fotossintetizantes já existiam muito antes disso, inclusive antes dos heterótrofos.

Heterótrofos
obtém energia a partir de moléculas orgânicas produzidas por fontes externas.


Como nessa época, quando a primeira vida surgiu por volta de 3,8 bilhões de anos atrás a Terra tinha o estado pastoso por ser ainda muito quente com forte incidência de energia solar e violentas tempestades ocorrendo em sua atmosfera, onde havia altas descargas de energia elétrica provocada por relâmpagos.
Nesse ambiente com excesso de energia deu a muitas moléculas a possibilidade de serem criadas.
Não só moléculas precursoras desse aglomerado de aminoácidos, lipídeos e outras moléculas orgânicas que deram origem à seres vivos, mas como também moléculas que poderiam servir de alimento a esses seres.

Porém com o tempo, a quantidade de compostos orgânicos que poderiam ser utilizados para prover energia tenderiam a diminuir, por isso a importância do surgimento de seres autótrofos, que conseguiam produzir seus próprios compostos orgânicos, utilizando simplesmente energia provida pelo sol e CO2 obtido do meio.

Nesse processo havia um fator muito importante que influenciou grandemente a evolução da vida.
Na produção de matéria orgânica, esses seres liberavam oxigênio.





Oxigênio Livre


O aumento do oxigênio livre na Terra pela liberação desse gás como metabólito de seres autótrofos influenciou muito em diversas características da Terra e da vida.

Por volta de 2 bilhões de anos atrás, passou-se a ter uma enorme quantidade de oxigênio livre na atmosfera.
De acordo com o registro fóssil, esse aumento de oxigênio livre de forma abundante foi acompanhado pelo surgimento das primeiras células eucariontes.

Essa evolução que o oxigênio provavelmente providenciou a vida, foi devido a possibilidade que ele deu aos seres vivos de utilizar o oxigênio para degradar a matéria orgânica liberando muito mais energia, em um processo chamado de respiração.
Até então os organismos somente poderiam produzir energia pela degradação da matéria orgânica que ingerisse ou produzisse de forma anaeróbica, processo que gera muito menos energia.

O aumento de energia que podia ser produzida, consequentemente de energia que podia ser utilizada, fez com que os organismos tivessem a capacidade de evoluir mais suas estruturas.


Mas o que mais auxiliou no processo de desenvolvimento e evolução da vida proporcionado pelo oxigênio livre foi seu aumento na atmosfera que se misturou com oxigênio já preexistente nela e essas moléculas foram então convertidas em moléculas de ozônio.

Por volta de 450 milhões de anos atrás uma grande camada de moléculas de ozônio, passou a estar em quantidade suficiente para constantemente cobrir toda a atmosfera terrestre.
Essa camada foi importante pois ela absorve raios de luz emitidos pelo sol de onda curta, como a onda ultravioleta que é vem junto com as outras ondas emitidas na luz do sol.
Porém agora ela era absorvida na camada de ozônio e não chegava mais a superfície terrestre.

As ondas UV são altamente deletérias aos organismos vivos.
 

Sem elas, eles puderão sair das águas e sobreviver em ambientes antes inexploráveis, como as superfícies das águas e a terra.

Os primeiros seres multicelulares foram formados em não menos do que 650 milhões de anos atrás.
E as primeiras plantas somente bem depois da formação completa da camada de ozônio.




 
 Ultravioleta


Ondas ultravioleta têm comprimento menor do que 400 nm a cada onda.

Essas ondas fazem parte da luz do sol e são um dos tipos mais energéticos emitidos por ele, podendo causar fotólise (cisão pela luz) mais facilmente e produzir reações.

Comprimentos de onda menores que 300 nm podem atacar as moléculas envolvidas em processos biológicos, moléculas orgânicas.
Como a mais importante dentre elas, o DNA, que controla a hereditariedade e a síntese de todas as outras biomoléculas.




 
 Atmosfera


Os principais componentes da atmosfera são o Oxigênio (O2) e o Nitrogênio (N2), eles absorvem comprimentos de onda até 250 nm, protegendo a Terra de muitas reações que poderiam ser causadas por essas ondas bem energéticas.

Porém não protegem a superfície terrestre e a vida de todos os comprimentos deletérios, pois são transparentes às ondas de comprimento entre 250 nm e 300 nm, permitindo que luzes com ondas nessa faixa que chegam do sol atravesse a atmosfera.

Então essa é a importância da camada que surgiu de ozônio (O3). 

Ela fica nas camadas superiores da atmosfera, chamada de estratosfera e ainda mais além.
As moléculas de ozônio são menores do que as de oxigênio e nitrogênio. 

Elas são componentes dessa camada que é bem grande e difusa, estendendo-se desde uma altitude de 90 Km até uns 30 Km da superfície terrestre.

Porém essa espessura só se dá devido ao caráter difuso desse gás, pois se todo esse ozônio fosse comprimido a uma pressão chamada normal, que é a vigente a nível do mar, daria uma camada com apenas alguns centímetros de espessura.


Sendo esse gás, tênue e frágil, o único que absorve radiação ultravioleta de comprimentos de onda entre 250 nm e 300 nm, sem ele a vida não poderia ser estabelecida na terra.

O ozônio existente na atmosfera não pode ser trocado pelo ozônio produzido pelas cidades industriais, que é nocivo. Pois esse ozônio das baixas altitudes jamais conseguiria resistir a uma ascensão do solo à atmosfera.
Porque ele é um gás altamente reativo e que passou a existir na atmosfera pela própria ação da luz ultravioleta do sol sobre o O2.




 
 Formação do Ozônio na Atmosfera


Essa é uma reação em cadeia de radicais, assim como a reação de halogenação de alcanos.
Portanto tem a existência de passos propagadores da cadeia e passos extintores.

- Passos propagadores:


Passo 1:
O2 -(ação da luz)-> O* + O*


* O asterisco representa que houve uma quebra homolítica, onde cada oxigênio que fazia uma ligação covalente com o outro oxigênio, fica com seu próprio elétron. Permanecendo com um elétron desirmanado na última camada.
Sendo então um radical livre.


Essa luz utilizada nesse primeiro passo foram comprimentos de onda inferiores a 250 nm, que é através dessa absorção, para a cisão da sua molécula, que o O2 protege a Terra desses comprimentos de onda.


Passo 2:
O* + O2 + M -> O-O2 + M^(partícula energizada)


Nesse passo da reação, o radical se choca ao O2 e se liga a ele, liberando energia. 

Porém nenhuma ligação é rompida então essa energia que é liberada se permanecer bastante tempo na molécula de ozônio que acabou de se formar, voltará a romper essa molécula, pelo ozônio permanecer excitado.
Para que resulte então em um produto estável, é necessário em uma reação assim, uma terceira molécula que irá se colidir ao produto, podendo ser essa molécula nesse caso, o M, ou um O2 ou um N2, por exemplo.
Assim irá então poder dissipar esse excesso de energia em forma de energia cinética, ou seja, em forma de calor.


* A molécula do ozônio é um
Híbrido de Ressonância:

 




Não é uma molécula que pode ser representada facilmente por um estrutura de Lewis, sendo que nenhuma dessas duas formas acima caracterizam sua estrutura.
Pois ela seria uma mistura das duas, já que evidências experimentais mostram que as ligações entre os oxigênios do ozônio são equivalentes.
Portanto as duas ligações aos oxigênio possuem a mesma força, necessitam da mesma quantidade de energia para romperem e tem o mesmo comprimento que é cerca de 0,128 nm entre cada núcleo.
Esse mesmo caso de híbrido de ressonância acontece com um composto muito conhecido que é o benzeno, onde todas as suas ligações ganham um tamanho intermediário, não sendo nem o tamanho de ligação simples ou de dupla entre carbonos.


Passo 3:
O3 -(ação da luz)-> O2 + O*


Essa luz que é absorvida na cisão da molécula de ozônio é entre 250 e 300 nm, que é a forma que o ozônio protege a Terra da ação dessa radiação nociva.


- Passos extintores:


O* + O* -> O2 (colisão de radicais)


O* + O3 -> O2 + O2



Nesse último passo há formação de moléculas mais estáveis.

Durante o passo 2 dos passos formadores da cadeia, forma-se o O3 e no passo 3 forma-se O2 de volta, esse equilíbrio de interconversão entre moléculas de O2 e O3 foi o que manteve a Terra protegida de raios nocivos durante anos.




 
 Destruição da Camada de Ozônio 
CFC's


Porém nos anos 70, percebeu que átomos de Cloro, como os providos de gases que vinham sendo muito utilizados nos últimos anos, eram capazes de interromper a cadeia de formação de ozônio.
Esses átomos de cloro foram encontrados presentes na atmosfera superior pela fotólise de CFC's pela luz ultravioleta.

Certos gases foram sintetizados com o objetivo de serem utilizados em sistemas de compressão de frigoríferos e aparelhos de ar condicionados, também foram usados como gases propulsores em latas de aerossol (spray).
 

Eles deveriam ser facilmente compressíveis, inertes e não tóxicos. 
Chegou-se então a elaboração dos CFC's.

São conhecidos coletivamente como clorofluorcarbonetos, como por exemplo o CFC 11 que é o CF3Cl, nome IUPAC: cloro-trifluor-metano.

Durante dezenas de anos eles funcionaram admiravelmente e por isso foram extensamente utilizados.
Porém quando os aparelhos que os continham eram utilizados esse gás era liberado e ia subindo lentamente na atmosfera.

A mesma inércia química que tinha sido uma das características que o fizeram ser adotados, os mantinham intactos durante a subida na atmosfera.
Quando chegavam a estratosfera e sofriam a incidência dos raios ultravioleta tinham então suas ligações partidas.




Destruição da Camada de Ozônio 
Interrompimento da Cadeia


O átomos de cloro então soltos na atmosfera, conseguem reagir com o O3 que são as partículas mais instáveis na atmosfera, precisando de pouca energia para ter suas reações rompidas, o contrário do O2.

Forma-se então ClO, impedindo a utilização das partículas de O3 para absorção de ondas de radiação nociva, ou seja, impedindo o passo 3 de ocorrer.

Cl* + O3 -> ClO + O2


 

Essa partícula formada, ClO, reage ainda com o radical O*:

ClO + O* -> Cl* + O2
, impedindo o passo 2, onde ocorre a formação de ozônio de acontecer.


Sendo átomos de Cl um inibidor da cadeia, ele impede de milhares de ciclos que seriam gerados pela cisão de uma molécula de O2 e milhares de partículas de O3 que seriam geradas nessas cadeias, de ocorrer.

Ainda o Cl nem ao menos é consumido, ele forma sua própria cadeia, sendo regenerado seu radical a cada cadeia que interrompe.

Então cada Cl* que é solto de uma molécula de CF3Cl, por exemplo, impede constantemente a formação de cerca de 100.000 moléculas de ozônio
.




 
 Consequências


Embora o uso de CFC's foi impedido por um acordo internacional, no Protocolo de Montreal em 1987, onde os países se comprometeram a reduzir imediatamente a produção de CFC's e cessá-la a partir de 1996.

Até se descobrir quais os gases eram inofensivos à camada de ozônio foi permitido utilizar os hidroclorofluorcarbonetos ou os hidrofluorcarbonetos, que devido a presença de ligações entre carbono e hidrogênio são mais facilmente oxidados durante sua ascensão à estratosfera.
 

De qualquer modo, não se sabe quando a utilização e fabricação desses gases no mundo será completamente cessada e os CFC's têm subida vagarosa, mesmo que se toda a utilização consiga ser eliminada, não se pode prever os estragos que poderão ser causados pelo efeito em sua totalidade daqui a dezenas de anos.

O dano provocado
sobre a camada de ozônio hoje, foi provocado por uma fração muito pequena dos CFC's utilizados e que já conseguiram alcançar a estratosfera, comparado a todo o CFC's já liberado pelo ser humano e que está em constante e lenta ascensão.

Por isso o buraco na camada de ozônio na Antártida só continua a alargar-se e há sinais de que produz um acentuado esvaziamento da camada de ozônio sobre o oceano ártico.




A Grande Ideia


Hoje de manhã, 24/06/12, estava assistindo A Grande Ideia no SBT e mostrou um cara que está faturando com uma empresa de água que diz coletar água manualmente do degelo das geleiras polares e a está vendendo engarrafada.


Vídeo da reportagem:






Se existe toda essa pureza nessa água, eu não sei, mas com certeza mostra que de todo o tipo de situação dá para se tirar um lado positivo e um lado para se lucrar...

terça-feira, 19 de junho de 2012

Avaliação da Função Tireoidiana



Tireoide

É uma glândula que pesa aproximadamente 20 gramas.

É ricamente vascularizada e produz hormônios iodetados.

Seus hormônios participam de diversas funções fisiológicas, inclusive da contração muscular.


* Estruturas precursoras dos hormônios tireoidianos:


São derivados da tirosina mais o iodo, que se ligam e formam duas substâncias:

 Monoiodotirosina e Diiodotirosina.

- 1 Monoiodotirosina + 1 Diiodotirosina:
Quando se ligam resultam no T3 formado por 2 tirosinas e 3 iodos.

- 1 Diiodotirosina + 1 Diiodotirosina:
Quando se ligam formam o T4, também chamado de tiroxina, é formado por 2 tirosinas e 4 iodos.


Síntese dos Hormônios Tireoidianos


O iodo tem que ser proveniente da dieta, então ele entra nos folículos tireoidianos por transporte ativo.

O TSH (hormônio tireoide estimulante) é produzido pela adeno-hipófise e promove a entrada do iodo nas células da tireoide.

Uma enzima chamada de tireoperoxidase que fica dentro da tireoide faz a peroxidação do iodo, para que ele fique dentro das células ele precisa ganhar oxigênio na sua estrutura.

O iodo se liga a tireoglobulina que é uma enzima rica em tirosina.


- A tireoglobulina é uma proteína formada por várias tirosinas ligadas umas às outras, o iodo se liga a elas e então ocorre proteólise, de duas em duas tirosinas, e dependendo de onde partir formará ou T3 ou T4.

Se a proteólise ocorrer onde tem uma tirosina ligada em 2 iodos e uma tirosina ligada em 1, formará o T3.

Então esses hormônios são liberados na circulação.


* Transporte no sangue:


De 70 a 80% desses hormônios quando liberados no sangue são transportados se ligando a globulina ligadora de tirosina.

De 20 a 30% se liga a albumina.

E por volta de 1% fica livre para ser consumido e é rapidamente consumido, então na falta de albumina e globulina não ocorre armazenamento do hormônio.


* Há a produção de duas vezes mais T4 do que T3.


T4 é a forma de armazenamento e T3 eh a forma ativa, ele eh rapidamente consumido, então o T4 quebra a ligação com um iodo (deionidase) e se torna ativo também.


Por isso o medicamento contém é tiroxina, que é o T4, pois é a forma de armazenamento e será utilizado somente a quantidade necessária, podendo tomar o medicamento menos vezes por dia.


* Regulação do processo:


O TSH e o TRH participam de todo o processo:



O Hipotálamo fabrica TRH (hormônio liberador de tireotrofina) que estimula a hipófise a produzir e liberar TSH (hormônio tireoestimulante).

O TSH age sobre a tireoide estimulando a produção de T3 e T4, além desses hormônios tiroidianos agirem sobre seu alvo e terem muita influência no metabolismo celular, eles também servem como reguladores do feedback negativo
Agindo sobre o hipotálamo quando há grande aumento deles no sangue que faz o hipotálamo diminuir a liberação de TRH. 



Hipertireoidismo




Pode ocorrer por:

* Tumor de TSH (tumor na hipófise):


Aumento de células que têm sua produção desregulada, aumentando assim a produção de TSH e consequentemente de estimulação da glândula tireoide a produzir mais T3 e T4.


Esse aumento de T3 e T4 por mais que inibam a produção de TRH pelo hipotálamo diminuindo o estímulo na hipófise, essas células cancerígenas do tumor na hipófise não respondem a regulação do feedback negativo, continuando a produção de TSH.


Esse caso de câncer causa aumento de TSH e T3 e T4 no corpo.



* Doença autoimune (Doença de Graves):


Presença de anticorpo análogo ao TSH (chamado de TRAB).


Esse anticorpo se liga aos receptores que o TSH se liga e consegue desencadear a mesma resposta.


Então eles estimulam a tireoide que produz mais T3 e T4, esse aumento dos hormônios tireoidianos faz o hipotálamo diminuir a estimulação da hipófise pelo TRH cada vez mais.
Porém a produção da tireoide de T3 e T4 não diminui.



* Mutação Ativadora:


Nesse caso o nódulo ocorre na tireoide.


Ocorrendo surgimento de células cancerígenas que são autônomas na produção de T3 e T4.


Assim há aumento de T3 e T4, por mais que se diminua a quantidade de TRH e TSH.


Para diferenciar esse câncer na tireoide da Doença de Graves, pois nos dois casos há baixa produção de TSH, porém alta produção de T3 e T4.
Então deve-se fazer um exame para detecção de TRAB, se houver ausência do anticorpo, é pelas células da tireoide estarem produzindo altas quantidade de T3 e T4 sem repeitar a regulação por conta própria.
Indicando o tumor.




A metástase de tireoide ocorre muito rapidamente por ser altamente vascularizada.


Também existe um exame chamado de P.A.A.F. = Punção aspirativa por agulha fina.
Ele serve para diagnosticar câncer de tireoide.



  • Sintomas e Sinais do Hipertireoidismo:

- Perda de peso (pois os hormônios tireoidianos estimulam o consumo de carboidratos e lipídeos), 

- Taquicardia (Eles participam do controle da frequência cardíaca, em excesso ela aumenta), 

- Bócio (hipertrofia que ocorre nas células da tireoide, elas aumentam de tamanho, como consequência da alta produção), 

- Insônia, 

- Exoftalmia (olhos esbugalhados), 

- Dermopatias,

- Sudorese.



Hipotireoidismo




Pode ocorrer por:

- Hipotireoidismo Terciário (deficiência de TRH - hormônio liberador de tireotrofina):


Se o problema for de produção de hormônios pelo hipotálamo, a produção de todos os hormônios da hipófise também ficarão comprometidos.


Mas caso o problema seja somente na produção de TRH, somente o estímulo de produção e liberação de TSH pela hipófise, ficará falho.

O que caracteriza o hipertireoidismo terciário é a baixa de TSH e T3 e T4 no organismo.


- Hipotireoidismo Secundário (deficiência de TSH):


Caracterizado pela baixa quantidade de TSH e T3 e T4.

Porém os níveis de TRH estão normais. 

* Pode ser causado por:


Tumor na hipófise bloquear a liberação de TSH.




Então para diferenciar hipertireoidismo secundário de terciário é necessário fazer análise da quantidade de TRH, se estiver baixa é terciário, pois o hipotálamo que está com problema de falta de produção.



- Hipotireoidismo Primário (Doença de Hashimoto):


Doença autoimune, onde anticorpos bloqueiam o receptor de TSH da tireoide, mas não os ativam (agem como antagonistas competitivos).


Caracterizada por níveis elevados de TRH e TSH, porém baixos níveis de T3 e T4.



  •  Sintomas e Sinais do Hipotireoidismo:



Metabolismo baixo, não elimina gordura:

- Ganho de peso.

- Letargia.

- Alteração da frequência cardíaca, torna-se irregular.

- Bócio (as células que conseguem produzir têm que aumentar sua produção, com maior fabricação sofrem hiperplasia).

- Prisão de ventre.

Infarto Agudo do Miocárdio





Infarto Agudo do Miocárdio (I.A.M.)

Agudo, pois é um evento que ocorre rapidamente.

* Importância:


60% dos pacientes na U.T.I. é por dor torácica e 15% dos pacientes com dor torácica tiveram um infarto agudo do miocárdio.


* Angina Instável e Angina Pectoris:


Dor no peito, na região precordial e ocorre pelo baixo abastecimento de oxigênio ao músculo cardíaco.


Patogenia


Hipóxia que ocorre muitas vezes por isquemia (diminuição do fluxo sanguíneo).

Leva a morte celular que quando essas células morrem liberam substâncias que servem como marcadores.

Essa morte celular pela hipóxia ocorre por alteração do metabolismo energético, onde essas células musculares do coração não conseguem produzir ATP suficiente para continuarem suas funções vitais.


* A hipóxia pode ocorrer por:


Obstrução dos vasos:

- Aterosclerose

- Trombose:
Formação de trombos por excesso de coagulação sanguínea.


* Fatores de Riscos para I.A.M.


- Dislipidemia: Excesso de LDL aumenta as chances de ter placas de ateroma, criar trombos, soltarem-se e obstruir artérias coronarianas.
Diminuição de HDL: Fazem o transporte reverso de colesterol, tirando-os dos tecidos e levando ao fígado.

- H.A.S.:
Aumento da pressão arterial, aumenta a obstrução dos vasos, passando menos sangue.
Excesso de glicose aumenta a pressão arterial e favorece os fatores de risco.

- Tabagismo:
A nicotina aumenta os níveis de LDL, por aumentar os níveis de colesterol.

- Histórico familiar.

- Idade:
Maior que 45 anos.

- Relação cintura/quadril
(grande quantidade de tecido adiposo, indica alta quantidade de lipídeos)

- Obesidade

- Sedentarismo.



* Sinais e Sintomas:


- Dor precordial: dor que começa no peito e se espalha para as costas, ou para os braços, principalmente esquerdo, podendo ir até as pontas dos dedos.
Ou começa no peito e se espalha para o pescoço, queijo, pode provocar náuseas, vômitos e tonturas.

- Aumento dos marcadores cardíacos
: principalmente enzimas presentes nas células do coração que são liberadas quando ocorre lesão nessas células.

- Supradesnivelamento do segmento ST
do eletrocardiograma.





O complexo QRS do eletrocardiograma mostra o evento elétrico relacionado a despolarização do ventrículo, então ele contrai e abre-se os canais de potássio para as células cardíacas repolarizarem pela saída de potássio voltando a ficar com o interior negativo.
Mas por excesso de potássio que ocorre: quando há lesão celular ou por outros motivos, essa repolarização fica defeituosa e o intervalo ST e a onda T são captadas no E.C.G. de maneira anormal.




Marcadores Cardíacos


* AST (Aspartato transaminase) ou TGO (transaminase glutâmica oxalacética):


Não é cárdioespecífica, pois está presente em células de diversos tecidos como:

- Fígado;

- Coração;

- Músculo estriado esquelético;

- E Hemácias.


A AST (TGO) é indicador de lesão crônica, sendo liberada em casos de lesão constante desses tecidos (como uma inflamação), estará sempre aumentada.
Diferente da ALT (TGP) que é liberada em caso de uma lesão e depois seu nível diminui e mesmo que a lesão continue acontecendo, os níveis dessa enzima não voltam a ficar aumentados.

Deve ser associada AST (TGO) com a ALT (TGP), diferenciando assim lesão hepática, pois a ALT (TGP) é um marcador de lesão hepática específico, sendo encontrada com abundância nos hepatócitos.



- Detecção da AST aumentada no sangue já pode ser feita dentro de 6 a 8 horas depois que o coração sofreu o infarto.

- O pico de AST será entre 18 e 24 horas depois que a lesão nessas células do coração ocorreu.

- Os níveis de AST normalizam após 72 horas do infarto (infarto é definido como lesão tecidual irreversível causada por hipóxia e falta de nutrientes).


* Mioglobina


 Marcador não específico do miocárdio.

A mioglobina é uma reserva de oxigênio que fica nos músculos, seus níveis então aumentam no sangue em casos de lesão muscular.

Tem alta sensibilidade, pois pode ser detectado o aumento dela de 1 a 3 horas depois de ocorrido o infarto.
Seu pico é entre 4 e 12 horas e normaliza em até 24 horas.

Então pode ser feita uma detecção rápida se houve alguma lesão.


* Creatino Quinase (CK)


Enzima encontrada em musculatura esquelética e do coração, como também em células de diversos outros tecidos.

É uma enzima que fosforila a creatina, com a passagem de um grupo fosfato de um ATP.


Possui subclasses, pois é formada por um dímero, a junção de dois monômeros (o B e o M), que dependendo de como ocorre gera uma enzima diferente.

Tipo de enzimas CK:

- CK1: CKBB (é a isozima presente no cérebro).

- CK2: CKMB (presente em maior concentração no miocárdio).

- CK3: CKMM (presente no músculo esquelético)


Os níveis aumentados dessas enzimas podem ser detectados no sangue dentro de 4 a 8 horas depois que ocorreu a lesão.

Tem o pico entre 12 e 24 horas e normalização dentro de 3 a 4 dias



Níveis aumentados da creatinoquinase tem relação com o re-infarto, coração já infartado que teve mais outra lesão.


* CKMB


Esse exame mede a quantidade da isozima CKMB que é a que existe em maior quantidade no coração, sendo um marcador específico de lesão cardíaca.

Pode ser identificado aumentado em 3 a 4 horas depois que o infarto ocorreu.
Seu pico é dentro de 24 horas e normaliza em 2 a 4 dias.


  •  Troponina

É um complexo de três proteínas que participam da contração muscular, com a actina e miosina, menos nos músculos lisos.

- Existem 3 tipos de troponinas:


Troponina C;
Troponina T;
Troponina I.


* Troponina I:


- 100% específica do miocárdio.


A sensibilidade é menor do que a mioglobina sendo detectável entre 4 a 6 horas depois do infarto.

O pico de troponina no plasma é por volta de 12 horas depois da lesão e normaliza em 7 a 16 dias.


* Troponina T:


Para um diagnóstico mais precoce que a troponina I, sendo como a mioglobina de alta sensibilidade, porém ainda assim é mais baixa do que a mioglobina que é detectável 1 horas depois.

A troponina T pode ser detectada entre 2 a 4 horas do infarto, indicando que houve lesão, porém não é específica do coração (para caso de suspeita).




Perfil Lipídico



Lipídeos


- São moléculas apolares.

- Servem como armazenamento de energia, no caso os triacilglicerídeos (3 grupos acila = ácidos graxos e 1 glicerol) participam do metabolismo sendo transformados em glicose pela gliconeogênese.

- Servem para a fabricação química de substâncias e como componentes estruturais.

O colesterol é precursor da vitamina A, D e K.

- Têm poder aterogênico, promovem a aterosclerose.


Quando não faz jejum antes da análise do soro sanguíneo, ele fica leitoso, pela presença de lipídeos no sangue.


Digestão e Absorção


A digestão de lipídios ocorre no duodeno pela ação das enzimas da bile, como a lipase pancreática que tem esse nome por ser produzida no pâncreas (junta-se a secreção da bile com a do pâncreas na Ampola de Vater).

Os ácidos e sais biliares emulsionam a gordura, fazendo que maior parte das partículas esteja exposta as enzimas.
Quebram a gordura em micelas, permitindo a ação das enzimas sobre elas.
Transformando-as em moléculas menores como ácidos graxos e colesterol.

O colesterol pode ser proveniente da ingestão de gorduras ou da metabolização do fígado que dá origem a molécula.
O colesterol faz parte inclusive da composição da bile, sendo ela a principal forma de eliminação de colesterol do corpo.


Transporte de Lipídeos no Sangue


- Lipoproteínas: Fazem o transporte de lipídeos.

Proteína conjugada: a parte proteica, que se liga a lipídeos.
É formada por fosfolipídeos, triacilglicerídeos, colesterol e apolipoproteínas.

Elas fazem o transporte de colesterol e triacilglicerídeos (TG).


Apolipoproteínas

Promovem o reconhecimento da lipoproteína pelo o tecido alvo e ativação de enzimas.

Os quilomícrons são formados por:


- Apo C II,
- Apo E,
- Apo B48.


O VLDL é formado por:


- Apo C II,
- Apo E.


O HDL é formado por:


- Apo A I e Apo A II.


O LDL é formado por:


- Apo B100.

 
Tipos de Lipoproteínas


* Quilomícrons:


Produzidos por células intestinais (os enterócitos), após refeições.
São compostos por cerca de 85 a 95% de triacilglicerídeos e que foram provenientes da dieta, possuem uma pequena quantidade de colesterol e proteínas.

Saem dos enterócitos por exocitose e caem no sistema linfático, vasos de grande calibre.

Distribui triacilglicerídeos para o tecido adiposo e muscular.
Para entrada desses lipídeos nas células, necessita da ação das lipases lipoproteicas no sangue que têm sua ativação proporcionada pela insulina e rompem os triacilglicerídeos da lipoproteína, liberando-os da estrutura.

Essa lipase também pode ser ativada e agir por reconhecer a apolipoproteína Apo C II.

Quando perdem seus lipídeos diminuem de tamanho e são chamados de remanescentes, são encaminhados para o fígado que faz sua degradação.



Em casos de problemas hepáticos esses quilomícrons remanescentes não são degradados e permanecem na circulação podendo ter a quebra de seus lipídeos mais do que necessária, aumentando os níveis de triacilglicerídeos e de colesterol do sangue.


* VLDL: Lipoproteína de muito baixa densidade.


São transportadores grandes, porém menores que os quilomícrons. 

São fabricados no fígado, a partir de colesterol e apolipoproteínas e liberados por exocitose.

Transportam triacilglicerídeos, colesterol e fosfolipídeos como os quilomícrons, porém transportam quantidades maiores de colesterol (por mais que a quantidade de triacilglicerídeos dos VLDL ainda é maior do que de colesterol), tendo grande quantidade de colesterol ligado às suas proteínas.

Esse transporte é destinados aos tecidos periféricos onde esses lipídeos serão utilizados para armazenamento ou produção de energia.
A apolipoproteína Apo C II também ativa a lipase proteica, promovendo a distribuição desses lipídeos pelos tecidos.

Quando diminui de tamanho se transforma em IDL. IDL são lipoproteínas de densidade intermediária, depois que os VLDL perdem parte dos triacilglicerídeos por terem distribuídos para as células, ele aumenta a quantidade de proteínas em relação aos lipídeos.

50% da IDL formada vai para o fígado e é degrada, o outro 50% de transforma em LDL por se enriquecer com colesterol livre no corpo.


* LDL: Lipoproteína de baixa densidade.


É um transportador de colesterol e triacilglicerídeos, porém grande quantidade desses lipídeos é colesterol, tendo baixa densidade de lipoproteínas.

A quantidade de colesterol que transporta é muito grande em comparação ao resto de seus componentes e por fazer esse transporte pelas artérias, pode ficar retido nelas e dar origem a uma placa de ateroma.

Na distribuição de colesterol para os tecidos essa lipoproteína é fagocitada pelas células, o LDL é degradado no citoplasma e o colesterol liberado.


Têm origem do IDL, que se transformou em IDL pelo VLDL. O VLDL que recebe apolipoproteínas do HDL e perde parte de seus triacilglicerídeos durante o transporte, se transforma em IDL (densidade intermediária de proteínas). 
Esse IDL pode dar origem ao LDL pela perda de proteínas ou ligação a colesterol.

É o chamado de colesterol ruim.


* HDL: Lipoproteína de alta densidade.


É um transportador de colesterol, com baixas quantidades de colesterol ligado as proteínas.

Ele transporta lipídeos dos tecidos para o fígado, recolhe colesterol das artérias e de outras lipoproteínas que o tem em grande quantidade e doa apolipoproteínas para o VLDL e o LDL.

Para se ligar ao colesterol livre a HDL desencadeia um processo que começa pela ativação da LCAT (lecitina acil-transferase).
É uma enzima que é ativada pela Apo A I e Apo A II.
Ela esterifica o colesterol com ácido graxo, deixando a molécula de colesterol mais apolar, tendo que se ligar a HDL.

A HDL leva o colesterol para o fígado onde os hepatócitos farão a transformação dele em sais biliares, sendo encaminhado a excreção pelo duodeno.
Ou os hepatócitos podem fabricar substâncias de necessidade endógena, como hormônios e vitaminas lipossolúveis.

É chamado de colesterol bom.


- Cálculos biliares ocorrer por excesso de colesterol, sendo formado por 80% de colesterol.
Quando a quantidade de colesterol é maior do que a de bilirrubina direta nos sais biliares.



Dislipidemias



  • Hiperlipidemia e/ou Hiperlipoproteinemia

A hiperlipidemia é caracterizada pelo aumento do total de colesterol e triacilglicerídeos livres no plasma.

A hiperlipoproteinemia é o aumento do total de lipoproteínas.


* Manifestações clínicas:


Xantomas = são bolhas amareladas principalmente nas extremidades das articulações.
Essas bolhas são formadas por deposição subcutânea de lipídeos rico em colesterol.


* Consequências:


- H.A.S. (Hipertensão arterial sistêmica).

- Aterosclerose que leva a doenças cardiovasculares como infarto, A.V.E. (acidente vascular encefálico), trombose, aneurisma.

- Esteatose hepática: Acúmulo de lipídeos nas células hepáticas, por excesso de lipídeos. Não conseguindo haver metabolização normal deles.




  • Essa Hiperlipidemia e/ou Hiperlipoproteinemia pode acontecer:


* Tipo I:


É caracterizada pelo aumento de quilomícrons, pode ocorrer por necessitar de maior transporte de triacilglicerídeos ou:

- Diabetes mellitus tipo 1 ou pancreatite: Na DM 1 as células do pâncreas não produzem insulina e a insulina ativa a lipase pancreática, liberando os lipídeos das lipoproteínas e diminuindo o seu tamanho.
Quanto a pessoas com pancreatite também podem ter a diminuição na produção de insulina.


- Alteração da Apo C II ou da lipase proteica. Não conseguindo ativar a lipase.


* Tipo II A:


É caracterizada pelo aumento de LDL. (Leva a aterosclerose).

Pode ocorrer por:

- Defeito no receptor da Apo B 100 das células, não identificando a presença de LDL para fagocitá-la e receber o colesterol.

- Hipertiroidismo: Excesso de liberação de T3 e T4 faz com que tenha ativação metabólica e a LDL não consegue se ligar aos seus receptores nas células.


* Tipo II B:


Aumento da LDL e VLDL.


* Tipo III:


Caracterizada pelo aumento de VLDL e de remanescentes de quilomícrons.

Resulta em aumento de triacilglicerídeos e de colesterol.

Ocorre por defeito na Apo E, se liga nos receptores nas células do fígado para que ele faça a degradação dessas lipoproteínas.


* Tipo IV:


Aumento de VLDL.

Por defeito da Apo C II ou lipase lipoproteica.


* Tipo V:


Aumento de VLDL e de quilomícrons.

Ocorre por defeito da Apo C II e lipase proteica.




Diagnóstico


Para diagnóstico de dislipidemia deve-se quantificar o total de colesterol, de triacilglicerídeos e HDL.

Pode ser feito pelo método colorimétrico enzimático.


* A equação de Friedwald estima o nível plasmático de LDL:


LDL mg/dl = Colesterol total - HDL - (Triacilglicerídeos/5)

Normal abaixo de 70 mg/dl.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Anti-hipertensivos - Diuréticos

Causam diminuição da pressão arterial por diminuição da volemia, essa diminuição então causa redução da resistência vascular periférica.
 
 Tiazídicos

Atua nos túbulos distais. 

Neles ocorre reabsorção ativa de Na+, Cl-, K+ e H+. 
Como ocorre na parte ascendente da alça de Henle, a capacidade de reabsorver a maioria dos íons nessa porção onde os tiazídicos agem (no túbulo distal) é muito alta.
Porém em menor intensidade do que a reabsorção ocorrida na parte ascendente da alça de Henle, onde uma grande variedade de íons também é reabsorvida.




* Principais fármacos da classe tiazídicos:
Hidroclorotiazida, clortalidona.



* Mecanismo de ação:

Inibi o co-transportador de sódio e cloreto no túbulo distal, impedindo também a consequente reabsorção de água que aconteceria e aumentando o volume da urina.


* Efeitos Colaterais:


- Alcalose metabólica: Devido a excreção de H+.

- Hipocalemia: Devido a excreção de K+.

- Hipocloremia: Diminuição de cloro no sangue devido a inibição da sua reabsorção, consequentemente aumento de sua excreção.

- Hiponatremia: Diminuição do Na+ no sangue.

- Câimbras.

- Arritmias.

- Fraqueza muscular.



Diuréticos da Alça




Reatividade


Velocidade de Reação


Corresponde ao número de choques eficazes que se sucedem por segundo em cada decímetro cúbico.


* Fatores que influenciam na velocidade:


- Fator de probabilidade:
É o número que indica a probabilidade dessas partículas colidirem eficazmente (na orientação certa).
Alterando esse fator então se altera a velocidade. Para alterá-lo tem que alterar a probabilidade de ocorrer colisão na orientação correta e gerando a quantidade de energia necessária.

- Fator de energia:
É o mais importante, pois é o mais facilmente manipulável e influencia na energia cinética das partículas.

- Frequência de choques:
É dado pela concentração da mistura, pressão, tamanho do compartimento, tamanho das partículas que influência também na velocidade que elas se deslocam.


Então para aumentar a velocidade pode-se aumentar a temperatura ou a concentração dos reagentes.
 Também podem ser necessários processos para diminuir a velocidade da reação.

Dependendo da reatividade dos compostos a velocidade pode variar mesmo que as condições sejam as mesmas.


* O principal jeito de determinar se certo composto é reativo ou rápido de reagir com outro é pela energia de ativação.


Cl* + H-CH3  -> Cl-H + CH3*  Eact = 17 kJ

Br* + H-CH3 -> Br-H + CH3* Eact = 75 kJ


O Iodo é chamado de varredor de radicais.

CH3* + I2 -> CH3I + I*

Ele reage com o metileno, o CH3*, caso  esse radical seja criado de outra forma e não por ele mesmo rompendo a ligação H-CH3.
Caso tenha sido criado por exemplo pelo aquecimento do tetrametilchumbo.


Na reação de halogenação, o passo determinante da diferença de reatividade é o segundo.
Onde ocorre o arranque do hidrogênio do metano pelo halogênio.

CH4 + X* -> HX + CH3*

Nesse segundo passo, diferente dos outros dois do mecanismo de halogenação, há uma grande variação da entalpia entre os halogênios.

Como para o cloro a energia de ativação, do arranque do hidrogênio, é mais baixa do que a do bromo, a probabilidade de ocorrer um choque eficaz que gere essa quantidade de energia para produzir essa reação é maior para o cloro.


Se para o bromo a energia de ativação é 75 e libera 67 kJ, quer dizer que ele tem que alcançar o ápice de energia, os 75 kJ para ocorrer a reação e formar seu estado de transição.
Então quando se transforma no produto libera 67 kJ dessa energia, fica com 8kJ a mais que seus reagentes.

Sendo assim um choque que atinja essa quantidade de energia ocorre um eficaz a cada 15 milhões, a 275 graus Célsius.
Já o cloro nessas mesmas condições ocorre 1 eficaz a cada 40 choques.


Então pelo bromo demorar para reagir com o metano, seus radicais se acumulam por mais tempo, aumentando a probabilidade de se desativarem.
Sendo assim as cadeias geradas pelos radicais do bromo são bem mais curta comparadas as do cloro, sendo cerca de 100 ciclos.

Porém em condições de temperatura elevada a reação com o bromo pode ser tão rápida quanto a do cloro, até mesmo porque o bromo precisa de menos energia para se dissociar do que o cloro.


Energia de Ativação


Para o H-CH3 dissociar ele usa 435 kJ/mol, somente 4 kJ a mais do que o HCl libera quando a ligação se forma, que é 431 kJ/mol.

Então supõe-se que só seria necessário mais 4 kJ do meio para essa reação acontecer, porém não é isso que se observa.
Para o CH4 colidir com o Cl* e gerar reação, ele necessita de mais 17 kJ/mol.
Porque por mais que libere 431 kJ nem toda essa energia pode ser captada pela própria molécula para causar o rompimento de H-CH3 (se fosse só necessitaria de mais 4 kJ).

Por isso para reações endotérmicas, a energia de ativação é sempre maior ou igual a entalpia.
A energia de ativação nesse caso do cloro é 17 kJ e a entalpia é 4 kJ.

Seria igual uma da outra somente se toda energia liberada na formação do produto pudesse ser usada na cisão, o que não ocorre na prática.


Em radicais quando se juntam, não precisam de energia de ativação para reagirem.
Sendo a energia de ativação = ao deltaH.
O que também ocorre na dissociação de uma molécula em radicais. 


sábado, 16 de junho de 2012

Outros Anti-hipertensivos







 
Bloqueadores dos Canais de Ca^2+



Causam diminuição da pressão arterial.


* Principais fármacos da classe de bloqueadores dos canais de Ca^2+:

- Nifedipina, anlodipina.


- Verapamil, diltiazem.



* Mecanismo de ação: 


Bloqueia os canais de cálcio impedindo que na sua abertura eles permitam a entrada do cátion e aumente seus níveis intracelulares.
Esse aumento estimularia a liberação de hormônio, em células glandulares estimularia a secreção, em células musculares estimularia a contração.

- Nifedipina e anlodipina:
Causam o bloqueio dos canais de cálcio das células musculares dos vasos, impedindo a vasoconstrição, inclusive a vasoconstrição causada por efeito de ativação dos alfa 1.
Promovendo assim a vasodilatação.

- Verapamil e diltiazem:
Causam o bloqueio dos canais de cálcio em células cardíacas. 

Portanto não são vasodilatadores, eles interferem no aumento de cálcio intracelular das células do coração, não havendo contração mais vigorosa e nem aumento dela.
Diminui o débito cardíaco, causando diminuição da pressão arterial. 

O verapamil e diltiazem são utilizados também como antiarrítimicos.


* Efeitos colaterais:

Os mesmo efeitos comuns aos vasodilatadores, como a hidralazina, que são:


- Cefaleia

- Ruborização


- Taquicardia:
A queda da pressão arterial leva ao sistema nervoso central a estimular o simpático, ocorrendo maior ativação do beta 1 e aumentando o débito cardíaco.
Esse efeito pode ser controlado pela administração de betabloqueadores.

- Edemia:
Inchaço, para diminuir pode ser necessário o uso de diuréticos.

- Sudorese:
Ocorre estimulação das glândulas sudoríparas, pois a queda da pressão faz o sistema nervoso central ativas o simpático, ocorrendo maior liberação de noradrenalina em suas sinapses.
Inclusive nas sinapses com receptores nas glândulas sudoríparas como nos beta 1 do coração.


* Efeitos adversos específicos da
nifedipina e anlodipina:
Não podem ser utilizados por pessoas com problemas de arritmia, pois provoca a taquicardia pela diminuição da pressão e tentativa de compensação fisiológica (a queda da pressão faz o sistema nervoso central estimular o simpático, aumentando a liberação de noradrenalina, ativando beta 1 do coração e aumentando débito cardíaco -na tentativa de aumentar a pressão).


* Efeitos adversos específicos dos
bloqueadores dos canais de cálcio:
Pelo bloqueio dos canais de cálcio do intestino faz diminuir o peristaltismo e causa constipação.



Inibidor da ECA

Enzima conversora de angiotensina: O angiotensinogênio é clivado pela renina em angiotensina I que é um peptídeo convertido pela ECA em angiotensina II.
A angiotensina II também é um peptídeo e causa vasoconstrição, além de estimular a liberação de aldosterona pela glândula suprarrenal.


Com a falta do estimulo de fabricação da aldosterona, não há retenção de Na+ e H2O, causando diurese.
Diminuindo a volemia.


* Principais fármacos inibidores da enzima conversora de angiotensina:
Captopril, enalapril, ramipril.



* Mecanismo de ação: 

Inibe a enzima conversora de angiotensina. Não deixando o mecanismo renina-angiotensina-aldosterona fazer o aumento da pressão.




* Efeitos colaterais:  
Não possui os efeitos colaterais comuns dos vasodilatadores.

- Tosse.


- Broncoespasmos: O broncoespasmo e a tosse são causados pela bradicinina, uma citocina do sistema imunológico liberada em quadros inflamatórios e alérgicos, substância final da cascata das cininas.
A ECA é uma cininase, enzima que degrada as cininas, com sua inibição e de outras cininases (que é feito por esses fármacos) a degradação delas fica defeituosa, acumulando a bradicinina que causa broncoconstrição provocando o broncoespasmo e consequentemente tosse.


Antagonistas AT1



AT1 = Receptores de angiotensina II.
A angiotensina II ativa receptores chamados de AT1, eles ficam nos vasos e promovem vasoconstrição.
A angiotensina II também ativa receptores AT1 na suprarrenal estimulando assim a liberação de aldosterona.

* Os principais fármacos antagonistas dos receptores AT1:
Losartan, valsartan.


* Mecanismo de Ação:
Inibem os receptores de AT1.


* Efeitos Colaterais:
Não provoca tosse e broncoespasmo por permitir a degradação das cininas corretamente.

Por ser um fármaco recente apresenta os efeitos colaterais comuns a todos os fármacos (não só a vasodilatadores) que são:

- Náuseas

- Cefaleia

- Irritação gástrica, etc.










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Anti-hipertensivos diminuem a pressão arterial causando vasodilatação e consequentemente diminuição da resistência vascular periférica, ou diminuição do débito cardíaco.



No caso do verapamil e diltiazem a diminuição da pressão arterial é causada pela diminuição do débito cardíaco, empurrando menos sangue para as artérias.


No caso dos inibidores da ECA ou dos inibidores de AT1 que não deixam produzir aldosterona, diminuem a resistência vascular periférica principalmente por não reter sal e água e causando assim diminuição da volemia. 

Além de não permitirem a ação da angiotensina II nos vasos promovendo a constrição.

Equilíbrio Hidreletrolítico





Equilíbrio Hidreletrolítico (EHE)


Água é a causadora de 40 a 60% do peso corporal.


- A maior parte da água do corpo é intracelular contendo cátions como potássio (K+), cálcio (Ca++) e magnésio (Mg++).
Contém também grande quantidade de proteínas e fosfato.

- Água extracelular contém em abundância certo íons como Na+, Cl-, HCO3-.

Em uma pessoa de 70 Kg pode-se considerar 42 litros no total de água, sendo 28 litros intracelular e 14 litros extracelular.

Dos 14 extracelulares, 10 litros fica no interstício, por isso é chamado de intersticial e 4 litros ficam no plasma.


Fonte: Howland R. D. Mycek M. J. Farmacologia Ilustrada. Editora Artmed. Pág.: 9. 




O Na+ é importante para o controle hídrico:
Reabsorção renal de íons e água, maior parte ocorre na parte ascendente da alça de Henle e nos túbulos contornados distais.

Pode ocorrer por:
Transporte ativo, osmose e regulação hormonal (aldosterona e ADH).


* Túbulo Proximal:

Ocorre transporte por osmose entre o filtrado e o restante do plasma na arteríola eferente.
A água então tem parte reabsorvida de volta ao plasma por osmose.

Nesse túbulo proximal é a parte onde ocorre a secreção ativa, que é passado para o filtrado por transporte ativo, partículas maiores que não conseguirão ser filtradas no glomérulo.


* Alça de Henle (ou alça do néfron):


- Ramo descendente
da alça é permeável a reabsorção de água e não do Na+.

- Ramo ascendente
é permeável ao Na+ e não a água.

Nesse ramo ascendente da alça reabsorve-se Na+, K+ e Cl-.
Além de reabsorção de Ca++ e Mg++, e também de prótons H+.
É aqui onde acontece a maior reabsorção de sódio e consequentemente parte do solvente, a água, é arrastado junto.


* Túbulo distal e ducto coletor:


Quando o líquido tubular deixa o túbulo contornado distal, cerca de 90% dos sais que tinham sido filtrados já foram reabsorvidos.


O ducto coletor é permeável ao transporte de Na+, porém é dependente de ação hormonal para que o transporte tanto para o plasma quanto para o filtrado, que será excretado, ocorra.


Quando o transporte desses íons ocorre de volta para o plasma, parte da água que está no filtrado também passa de volta para o sangue.

No túbulo distal e no ducto coletor, há reabsorção de Na+, Cl-, K+ e H+.

Porém no ducto coletor sobre ação da aldosterona, a reabsorção de Na+ e Cl- é estimulada, mas quanto ao K+ e H+ têm sua secreção estimulada na ação da aldosterona (quando essa ação da aldosterona é inibida, pode ocorrer acidose por falta de eliminação de H+).








Regulação Hormonal


* ADH (Hormônio antidiurético ou também chamado de vasopressina):


Aumenta a permeabilidade da água nos ductos coletores, aumentando a reabsorção de água pela sua passagem pelos canais aquaporinas.


É produzido no hipotálamo. 
Em caso de desidratação sua produção aumenta e em caso de super hidratação, ela diminui.

Aumenta a volemia e consequentemente a pressão arterial.



* Aldosterona:


Produzido pela suprarrenal.


Estimula a reabsorção de Na+ e consequentemente de mais H2O para o plasma, no ducto coletor, retendo sal no corpo.
Aumenta a pressão arterial.


Aumenta a excreção de potássio.
Participa do controle do equilíbrio ácido base do corpo.
Estimula a excreção de H+.



Distúrbios de Sódio




A taxa normal de sódio no meio extracelular, no plasma, é entre 136 a 149 miliequivalentes por litro.



  •  Hiponatremia: 

Diminuição dos níveis de Na+ no sangue. (< 136 mEq/L)


* Duas causas principais:


- Deficiência corpórea de sódio.
- Super-hidratação (dilucional)





* Etiologia (causas) da Hiponatremia:



- Perda de fluidos que contêm sódio:

Vômito/Diarreia.

Lesões exsudativas na pele.

Queimaduras, sudorese.

Perda por uso de diuréticos.

Doença de Addison: Pode levar a hiponatremia por ser caracterizada pela baixa atividade da suprarrenal, sendo assim a pouca produção de aldosterona.
Sem aldosterona para reter sódio no corpo causa baixa da pressão - hipotensão. 
E também ocorre hipoglicemia, pois a suprarrenal produz glicocorticoides que estimulam a liberação de glicose pelo figado.


  • Hiponatremia Dilucional

Comum em pacientes com:

- I.C.C., insuficiência cardíaca congestiva:
O sangue não consegue ser bombeado e vai acumulando nos tecidos, levando a edema generalizado.

Não ocorre diminuição de sódio e sim aumento de água que diminui sua concentração. 



- Cirrose (cicatrização do fígado):


Tendo uma parte do fígado lesionada, sem função, diminui a capacidade de produção de proteínas por ele.


Sem proteínas como a albumina no sangue, aumenta a quantidade de substâncias livres que faz aumentar a concentração e consequentemente o acumulo de água nos vasos, que pode levar a diluição da concentração de sódio.



- Doença renal:


Que leve à oligúria (diminuição do volume urinado).



- Síndrome da secreção inadequada de ADH:


Quando ocorre aumento da produção de ADH, muita água é reabsorvida, diminuindo o volume urinado e aumentando a quantidade de água no corpo.



* Sintomas e sinais da Hiponatremia:


- Confusão mental: Pela falta de sódio o estímulo elétrico é prejudicado - dificultando a geração de potencial e propagação de estímulo. 


- Delírio.


- Coma.


- Oligúria (diminuição da urina - retenção de líquidos).



* Tratamento da Hiponatremia:


- Correção da perda de Na+.



  • Hipernatremia:

Aumento da concentração de sódio no plasma (> 150 mEq/L).


Doença associada a desidratação.



* Etiologia da Hipernatremia:


- Perda de água superior a perda de Na+:


A perda de água pode acontecer por vômito, diarreia, Diabetes insipidus (essa diabetes é caracterizada pela diminuição da produção de ADH, não havendo absorção de água nos ductos coletores e consequentemente muita água é liberada aumentando o volume urinário, sendo urina muito diluída).


- Reposição insuficiente das perdas hídricas - desidratação.


- Administração de solutos em excesso.


- Síndrome de Cushing (caracterizada pelo aumento da secreção de ACTH e consequentemente alta estimulação da suprarrenal. A alta liberação de aldosterona provoca retenção de sal e água no corpo causando hipertensão e a alta liberação de glicocorticoides causa hiperglicemia).


- Hiperaldosteronismo: Aumento da produção de aldosterona, que aumenta a retenção de sódio.



* Sintomas e sinais da Hipernatremia:


- Boca e mucosas secas.


- Sede.

- Fraqueza muscular.

- Tremor, memoria alterada, confusão mental: ocorrem pelo desequilíbrio iônico, perturbando a criação de potencial.


Distúrbios de Potássio
 
A concentração normal de potássio no plasma sanguíneo é entre 3,6 e 50 miliequivalentes por litro.

A falta ou excesso de potássio influencia muito na geração de potencial, prejudicando a célula de fazer a função passada por determinado estímulo.
Principalmente prejudica a contratibilidade.

O potássio é o principal cátion intracelular, ele regula a excitabilidade da célula e consequentemente a contração muscular.

Pois se há aumento do potássio, aumenta-se o impulso produzido e propagado. 
Aumentando assim a frequência cardíaca levando a tremulações, fibrilação e parada cardíaca. 

Diminuição do potássio:
Sua diminuição então leva aos efeitos contrários, como bradicardia e parada cardíaca.



Influência no Equilíbrio Ácido Base


Esse cátion é importante para o equilíbrio ácido base do corpo, porque no parte final dos túbulos distais e no ducto coletor existem dois tipos de células.
As células principais reabsorvem sódio e ao mesmo tempo a bomba manda potássio para o filtrado (junto com essa reabsorção de sódio, Cl- também é reabsorvido por atração eletrostática, porém nessa parte do rim somente 5% desses íons é reabsorvida, o resto que será reabsorvido ocorre em outras partes do néfron).
As células intercaladas reabsorvem esse potássio do filtrado (pode ser bicarbonato também) por uma bomba que o troca por H+ do corpo (do meio intersticial do rim), mandando-o para a urina.

Portanto se não tem potássio o H+ ficaria retido no corpo, causando um estado de acidose. Porém esse processo não tem tanta intensidade, pois o H+ também pode ser trocado por uma bomba que tira bicarbonato do filtrado e lança para lá H+.

O efeito principal da acidose e alcalose na regulação do potássio é: 
- Se houver excesso de H+, então essa troca irá ocorrer em muita quantidade, reabsorvendo muito potássio e bicarbonato.
- Se houver falta de H+ e muito bicarbonato no corpo faz a reabsorção de potássio e bicarbonato do filtrado ficar prejudicada.


Sabe-se então que na primeira parte do túbulo distal a maioria dos íons são reabsorvidos, mecanismo de reabsorção parecido com o que ocorre na parte ascendente da alça do néfron.
Já na parte final existe esse mecanismo feito pelas células principais e intercaladas que ocorre em maior intensidade pelo estimulo da aldosterona ou de excesso ou falta de potássio (se houver falta de potássio terá pouca reabsorção de Na+ nessa parte do rim e pouca eliminação de H+).
A reabsorção de água nessa parte do rim é controlada pelo ADH.




A regulação renal de excreção de potássio é feita pela aldosterona, que quando estimula o ducto coletor a reter sal e água, também estimula a secreção de K+ e H+.
A secreção de K+ e H+ ocorre por dois mecanismos:
- O potássio é secretado com a troca por Na+ do filtrado que é reabsorvido (que é o efeito principal da aldosterona que é reter Na+ no corpo).
- E H+ é secretado pela troca de potássio do filtrado que compete pela reabsorção com o bicarbonato, sendo um pouco de potássio e bicarbonato reabsorvido na excreção de H+. 


  • Hipocalemia (< 3,6 mEq/L)


* Etiologia (causas):

- Perdas gastrointestinais e renais: são fluidos com muita presença de potássio, se houver grande perda deles sem a reposição necessária de potássio pode levar a um estado de hipocalemia.

- Indução por drogas: Como alguns diuréticos impedem a reabsorção nos túbulos distais de Na+, Cl-, K+ e H+.
Estimulando a eliminação desses íons.

- Alcalose: Pessoas em estado de alcalose não possuem H+ para ser excretado, portanto o K+ no lúmen tubular do néfron (no túbulo distal final e ducto coletor cortical, mais especificamente), que foi lançado para o filtrado, não consegue ser reabsorvido pela bomba que troca K+/H+ nas células dessa região, que eliminaria o H+.


* Sinais e Sintomas da Hipocalemia:

- Câimbras: Ocorre pela falta de potássio, prejudicando a polarização, despolarização e repolarização das células musculares.

- Fraqueza muscular.

- Parada cardíaca. 


  • Hipercalemia (> 3,6 mEq/L)

* Etiologia:

- Falência renal: Os néfrons não funcionam direito, não havendo secreção de potássio, acumulando no plasma.

- Acidose: acúmulo de H+ faz com que o mecanismo de troca de H+ por K+ eliminando o H+ seja muito alto, o que retem muito potássio no corpo.

- Dano celular e hemólise: se houver rompimento de células, o potássio que fica em grande quantidade dentro das célula sairá para o plasma.



* Sinais e Sintomas da Hipercalemia:


- Dormência e fraqueza muscular: Na repolarização os canais de potássio abrem para saída mais rápida de K+ e diminuir a carga positiva do meio intracelular, porém o potássio sai por difusão pela sua quantidade intracelular ser bem maior do que a extracelular (por ser bombeado para dentro contra o gradiente de concentração com gasto de ATP). 
Se sua quantidade extracelular estiver alta, demorará para a célula repolarizar, não respondendo a estímulos por um tempo, até voltar a seu estado de geração de impulso normal.


- Defeitos na condução elétrica.


- Parada cardíaca.