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Epilepsia e Convulsões - Antiepiléticos e Anticonvulsivantes


Epilepsia

Distúrbio Neurológico caracterizado por crises súbitas e espontâneas associadas à descarga anormal, excessiva e transitória das células nervosas.


- Convulsão: Manifestação clínica de descargas anormais dos neurônios.


Uma pessoa epilética necessariamente tem convulsões espontâneas e periódicas, porém uma pessoa sem epilepsia pode ter convulsões por alguma outra causa (esporádica) e não tenha necessariamente a doença (portanto não voltará a ter convulsão).


* Causas mais comuns para convulsões:

- Alterações anatômicas do SNC, inclusive causadas por lesões.

Como Traumatismo Cranioencefálico (TCE) e Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE).
Infecções, Neoplasias
e outros.

- Epilepsia.


- Histórico familiar.

- Febre muito alta.

- Overdoses de drogas.

- Abstinência alcoólica.


- Hipertensão na gravidez (Eclâmpsia).




Tipos de Crises de Epilepsia



O ataque epilético -que é resultante de descargas episódicas anormais dos neurônios cerebrais- pode variar de uma perda da consciência por uns poucos segundos até crises generalizadas prolongadas.


O que irá determinar a sintomatologia será o sítio de descarga e sua extensão.

Ocorre convulsão quando os impulsos e a descarga de neurotransmissores dos neurônios do córtex motor são acometidos e passam a ser desregulados.

(Porém algumas vezes essa anormidade neural pode começar em outras áreas do cérebro e haver um espraiamento até o córtex motor).




* Fisiopatologia da doença - Crises Parciais:

Em crises parciais, são também chamadas de crises simples, afeta-se apenas os neurônios adjacentes ao córtex motor.

Ocorre descargas localizadas e pode afetar neurônios autonomos havendo contrações musculares.

Porém o individuo continua consciente durante a crise.
 
Esse tipo de convulsão pode evoluir para crises generalizadas.



* Fisiopatologia da doença - Crises Generalizadas:

O córtex motor, que controla o movimento, recebe informações do tálamo.

O tálamo redistribui informações/estímulos do SNC, que vieram de nervos periféricos.

Os neurônios talâmicos se projetam para o córtex, fazendo a comunicação através da liberação de Glutamato (principal neurotransmissor excitatório), íons de Sódio (que terão sua permeabilidade aumentada e entrarão nos neurônios criando potencial) e Cálcio (sua entrada no neurônio causará liberação do neurotransmissor na fenda sináptica).

Porém durante crises de epilepsia generalizadas, esses neurônios talâmicos ao mandarem informações para o córtex, têm uma excessiva liberação de glutamato e consequentemente alta entrada de Cálcio.


Essa liberação excessiva que ocorre logo na redistribuição do estímulo faz ocorrer uma liberação de neurotransmissor excitatório alta, agora pelos neurônios do córtex motor e muitas vezes de também outras áreas do cérebro.

Tendo uma atividade excitatória muito alta e descontrolada do córtex motor.


Além desse excesso de NT excitatório e Ca++, há normalmente nesses indivíduos baixa liberação de GABA.


Antes mesmo de começar os sintomas da crise o indivíduos perde a consciência.



* Crises Generalizadas são caracterizadas então pela interrupção da atividade durante um momento de vigília.

São classificadas em três tipos:

- Pequeno mal: Também chamada de crise de ausência.



São lapsos de consciência que duram de 5 a 30 segundos.

O paciente pode nem percebê-la, pois quando volta da crise, volta-se sem confusão mental e conseguindo seguir o pensamento de onde se tinha parado.


- Grande mal/Crise Tônico-Clônica:

 
Tônico significa que há uma ação nos músculos de aumento do tônus muscular, enrijecendo-os.
Isso ocorre por ação no SNC.

Ocorre então ativação do sistema nervoso autônomo Simpático e Parassimpático, havendo uma falta de controle não só sobre contração muscular esquelética, mas também sobre outros processos como contração de bexiga e intestino, músculo cardíaco (modificando batimento do coração), entre outros efeitos.

Assim o indivíduo pode mastigar a língua (por contração de músculos na mandíbula), engasgar-se com a saliva, urinar, defecar, entre outros efeitos durante a crise.
Ela demora por volta de 1 a 2 minutos.

Segurar os membros ou tentar impedir o movimento do indivíduo com qualquer tipo de equipamento de restrição durante uma crise pode ser perigoso, pois ele não tem controle sobre os movimentos e nem sobre a força imposta, mesmo que quem o tente segurar não se machuque, ele pode acabar quebrando um osso pela força colocada contra o que o prende.


- Estado de mal epilético:

É uma crise tônico-clonica, porém quando ela acaba o indivíduo continua inconsciente, podendo voltar a ter novas crises imediatamente depois.



Antiepiléticos e Anticonvulsivos


São fármacos utilizados para restabelecer e estabilizar a atividade nervosa normal.


Mecanismos de ação mais comuns:

- Bloqueadores dos canais de Na+:
Fenitoína, Carbamazepina (CMZ), Topiramato.

- Bloqueadores dos canais de Ca++:
Etossuximida. 

- Fármacos que aumentam a atividade do GABA:
Barbitúricos, Benzodiazepínicos, Topiramato (tem mais de um mecanismo de ação), Vigabatrina, Tiagabina, Gabapentina, Ácido Valproico.

- Fármacos que diminuem a atividade do Glutamato:
Topiramato, Lamotrigina.

2 comentários:

HINIKUZEVIC´ disse...

Existe mais um tipo de epilepsia. Esta é desencadeada por luzes intermitentes. Chama-se Epilepsia Fotossensitiva. Pessoas que sofrem desse tipo de epilepsia devem evitar ambientes como concertos de pop/rock, casas noturnas, eventos festivos que tenham efeitos especiais luminosos. A forma de manifestação pode ser ausência (Pequeno Mal); náuseas, tontura. dores de cabeça e leve falta de ar (o que, até agora, tem sido meu caso); ou irromper crises do Grande Mal.

Diario disse...

Interessante, não sabia. Apesar de eu jogar Osu! e ele avisar sobre isso kkkk
Tudo de bom para você, se cuida!

abçs!

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