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Sangue

O sangue é um tipo de tecido conjuntivo líquido formado por uma porção celular que consegue circular o organismo por estar em suspensão em um meio líquido chamado de plasma.

As células do sangue são incapazes de se dividirem e possuem funções específicas.

- Composto basicamente por 66% de plasma e 34% de elementos figurados
(não é dito células, pois as plaquetas são pedaços de seu precursor, o megacarioto, e não sendo células).


O processo de formação dos elementos do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) é chamado de Hematopoiese.
Ele ocorre dentro da medula óssea de ossos achatados, sendo uma única célula precursora responsável pela formação de todos os tipos de células sanguíneas.
Chamada de célula-tronco ou de célula hematopoiética pluripotente.


Essa célula tronco hematopoetica é de capacidade pluripotente, mas ela veio de uma célula inicial que é a chamada de célula tronco embrionária de capacidade totipotente (que a capacidade de dar origem a todos os tipos de célula do organismo, podendo inclusive a partir dela originar um novo ser).



Até duas semanas após o nascimento os principais locais de produção de elementos sanguíneos são o fígado e o baço.

Depois disso a medula óssea passa a ser a única fonte de elementos do sangue, porém  durante a infância há substituição progressiva da medula por gordura nos ossos longos, sendo que em ossos como o fêmur e úmero os únicos locais de produção pasam a ser as extremidades.


* Eritropoiese: 
O processo é iniciado quando quimioreceptores nos rins detectam hipóxia e produzem eritropoetina, como um hormônio cai na corrente sanguínea e vaia té a medula óssea onde estimulará a eritropoiese.


Ela começará com precursores imaturos de eritrócitos, os chamados proeritroblastos, que se convertem em eritroblastos que são células ainda nucleadas e é nessas células que há formação dos componentes mais importantes das hemácias.
Forma-se nos eritroblastos a hemoglobina, pela presença de núcleo permitir a produção de proteínas.

Ao fim desse processo de divisão e diferenciação celular na medula óssea, se dá origem a hemácias jovens, chamadas de reticulócitos, já são anucleados, porém possuem RNA remanescente que foram traduzidos para produzir o processo de expulsão do núcleo.


Eles são mandados para a corrente sanguínea onde amadurecerão em cerca de 24 horas se tornando hemácias.

Quando corado o sangue com Azul de Cresil Brilhante pode-se ver o RNA dentro desses eritrócitos os diferenciando das hemácias.

No sangue normalmente são encontrados no máximo 3% de reticulócitos, sendo os 97% restantes hemácias (eritrócitos maduros).

Excesso de células jovens na medula e a não capacidade de maturação delas que acaba havendo sua liberação na corrente sanguínea é um dos quadros da leucemia.

O processo de produção de hemácias pode ser acelerado em casos de hemorragia por exemplo, podendo aumentar até 10 vezes a produção de glóbulos vermelhos.

A eritropoiese é regulada basicamente pelo hormônio liberado pelo rim chamado de eritropoietina.


Para que essa produção ocorra normalmente além de estímulo hormonal é necessário a presença de quantidades adequadas de ferro, ácido fólico e vitaminas B12 (cobalamina).


A vida média de um eritrócito é de 120 dias, contando o tempo de produção, de vida como hemácia no sangue e de período de senescência até a apoptose.


15 dias passa como eritrócitos imaturos até a formação de hemácia e poder ser liberado no sangue.
90 dias como hemácia na circulação sanguínea.
Depois desse tempo entra em senescência e quando passa pelo baço é degradada.

15 dias até a apoptose.


O processo que as hemácias fazem de captar oxigênio na pequena circulação (circulação pulmonar) e levá-lo pelo corpo trocando-o por CO2 em locais pobres de oxigênio é chamado de hematose (troca de gase oxigênio e gás carbônico que as hemácias propiciam pelo corpo).

* Plaquetas:
Formado na medula óssea é um fragmento célular citoplasmático anucleado.
Esses fragmentos provêm de uma grande célula na medula chamada de megacariócito da linhagem mielóide, de onde também provém os granulócitos, os monócitos e as hemácias.
(A linhagem linfoide da origem a linfócitos T e B e células NK). 


A produção de megacariócito é estimulada na medula pela presença da trombopoetina.

São ativados pela presença de colágeno que as fazem aderir ao subendotélio lesado ligando-se umas as outras formando trombos (coágulo) e parando a saída de sangue dos vasos.



Depois de produzidas e liberadas pela medula, circulam na corrente sanguínea cerca de 5 a 8 dias, depois o baço as elimina.

As fibrinas são produzidos por estimulo de substâncias liberadas pelas plaquetas, essas fibrinas também se juntam ao agregado de plaquetas na formação do coágulo, deixando-o impermeável.



* Plasma:
O plasma que é onde as células sanguíneas ficam suspensas para se movimentarem pelos vasos sanguíneos é formado 90% de água e 10% são outras substâncias dissolvidas nele que podem ser nutrientes como glicose, aminoácidos, ácidos graxos e lipídios; existe também íons, gases na forma de ácido carbônico, anticorpos, hormônios e excretas (produtos da degradação de proteínas como ureia, ácido úrico e amônia).


* Glóbulos Brancos:
Os glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, são as células de defesa do organismo que são transportadas pelo sangue até os locais onde serão necessárias para agir (iniciar um processo inflamatório).

São divididos basicamente em:

- Granulócitos;
- Monócitos;
- Linfócitos.



Granulócitos


Os granulócitos do sangue são os basófilos, eosinófilos e os neutrófilos.
Os mastócitos também são granulócitos e são muito parecidos com os basófilos porém ficam nos tecidos.

Todos eles possuem muitos grânulos no citoplasma carregando citocinas (agentes inflamatórios), são atraídos para os tecidos em caso de início de um processo inflamatório (lesão ou morte de células).

Possuem núcleo polimorfonucleado como multilobulado ou em forma de feijão.


Duram no sangue cerca de 8 a 10 horas.


* Neutrófilos:
Sua fabricação é estimulada pela Interleucina-8.

É o granulócito que existe em maior quantidade no sangue, cerca de 90 a 95%.



São cerca de 65% do total de leucócitos do sangue, contando agranulócitos como monócitos e linfócitos.



São as primeiras células que chegam ao local da inflamação (primeira linha de defesa do sangue), através de um processo de passagem pelas células do endotélio até o tecido, liberam citocinas que provocam quimiotaxia e fazem a fagocitose de antígenos e células mortas.



Percebe-se nessa figura os macrófagos no tecido liberando citocinas que aumentam a permeabilidade dos vasos fazendo-os expressarem receptores que facilitarão a diapedese, assim como liberação de citocinas quimiotáticas, amplificando todo o processo.

Logo depois que neutrófilos fagocitam, por não terem complexo de golgi para gerar mais lisossomos e digerir outros antígenos, eles morrem gerando pus. 





* Eosinófilos:
A histamina estimula a eosinofilia (aumento do número de eosinófilos).

São responsáveis pelo ataque à agentes parasitários e estão envolvidos em respostas alérgicas.




Pois possuem receptores para Fc de IgE, que quando estão ligados à helmintos e os eosinófilos se ligam ao Fc desses IgE, passam a liberar toxinas para a degradação desse parasita, já que não seria possível realizar a fagocitose devido ao tamanho.

Essas toxinas liberadas pelos eosinófilos estimulam a degranulação de mastócitos, que liberam como principal citocina, a histamina, que é uma grande causadora e amplificadora de processos alérgicos.





* Basófilos:
Tem papel importante na amplificação de processos inflamatórios e reações alérgicas.
Liberando como os mastócitos, histamina que tem como principal função causar vasodilatação atuando sobre os receptores H1 periféricos.

Também liberam a heparina que tem como principal função ser anticoagulante.




Normalmente a ativação e degranulação dos basófilos está envolvida em casos de choque anafilático, já que a liberação das citocinas por eles, diferente dos mastócitos, ocorre diretamente na corrente sanguínea, pois é onde eles estão presentes.



O citoplasma dos basófilos é levemente azul, possuem núcleo irregular, sendo às vezes visualizado na forma de trevo.




Agranulócitos


* Monócitos:
São as células que quando passam para os tecidos durante um processo inflamatório recebem o nome de macrófagos.
Porém enquanto estiverem no sangue são chamados de monócitos.

Dependendo do tecido onde o monócito for encontrado, ele receberá um nome diferente.

São importantes células de defesa, fagocitando antígenos através da emissão de pseudópodes.
Também são uma das principais células apresentadoras de antígenos, junto com as células dendriticas entram pela linfa até um Órgão Linfóide Secundário onde irão expressar uma molécula de MHC II com um peptídeo (parte do antígeno) para ativar células T e B (imunidade adquirida).




Duram no sangue cerca de 16 a 18 horas.



* Linfócitos:
São divididos em linfócitos T e B. A produção de linfócitos pela medula é estimulada pela Interleucina-6.

Responsáveis pela defesa imunológica adquirida, precisam ser ativados e assim proporcionarão tanto defesa contra agentes intracelulares quanto extracelulares, sendo específicos para determinado antígeno e mantendo memória imunológica para um maior e mais rápido ataque em um próxima contaminação com o mesmo antígeno.




Por possuirem a capacidade de gerar memória podem durar até anos.


* Células NK:


Também chamadas de Natural Killer, ou células assassinas naturais, são formadas na linhagem linfoide junto com os linfócitos.

Elas reconhecem células que podem estar infectadas por microrganismos, principalmente vírus ou células cancerígenas e as elimina.

São ativas pelo interferom-alfa e fazem parte da imunidade inata, não sendo específicas para determinado antígeno, podendo uma única NK eliminar tipos diferentes de antígenos, portanto não mantem memória (é o que a diferencia dos linfócitos T CD8).

No sangue elas são muito parecidas com os linfócitos.



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